O Estado de S. Paulo
O presidente da Mitsubishi Motors, Tetsuro Aikawa, anunciou ontem sua renúncia após o escândalo de falsificação de dados de consumo de combustível de vários modelos da montadora, e afirmou que a direção não ordenou a manipulação.
A saída do executivo, que será efetuada apenas no próximo dia 24 de junho, se deve “aos sérios problemas causados aos clientes e acionistas da empresa”, afirmou a montadora japonesa em comunicado.
Aikawa anunciou a decisão após a Nissan ter fechado compra de 34% da Mitsubishi. Em entrevista coletiva, o executivo afirmou que a negociação é uma “saída” para os problemas enfrentados pela empresa.
O executivo ressaltou que a manipulação não foi ordenada pela cúpula da Mitsubishi. A primeira fase de uma pesquisa interna apontou que alguns engenheiros, pressionados por metas estabelecidas pela direção, teriam sido responsáveis pela ação.
A empresa não revelou quem substituirá Aikawa. A imprensa japonesa, no entanto, aponta Osamu Masuko, atual executivochefe, como novo presidente.
A Mitsubishi realizará uma reunião com seus acionistas no próximo dia 24 de junho. A previsão é que depois do encontro a Nissan coloque um de seus diretores para liderar o setor de desenvolvimento de produtos da montadora.
Suzuki
Depois da Mitsubishi admitir no mês passado que usou métodos errados para fazer os testes de medição de consumo de seus veículos no Japão, ontem foi a vez da divisão de carros da Suzuki assumir o mesmo erro.
A confissão veio após o Ministro de Transportes do Japão, após o problema com a Mitsubishi, ordenar uma minuciosa inspeção nos métodos de medição das montadoras por lá instaladas. A Suzuki afirmou que continuará a vender seus minicarros no País, uma vez que as leituras corretas de consumo não são tão discrepantes daquelas que foram divulgadas.
Tanto Suzuki quanto Mitsubishi assumiram ter fornecidos dados incorretos de consumo de seus keicars, que são pequenos carros feitos apenas para o Japão com motores de menos de 1 litro e que tem benefícios fiscais. A Mitsubishi também assumiu ter feito o mesmo em carros que ela produzia para a Nissan. (O Estado de S. Paulo)