Jornal do Carro
O governo da Coreia do Sul informou que planeja multar a Nissan em 330 milhões de won (o equivalente a R$ 980 mil) por manipulação em testes de emissões.
Esta é a primeira vez que a marca japonesa é oficialmente acusada de enganar as autoridades nesse tipo de teste. A empresa nega as acusações.
A suspeita recai sobre o utilitário-esportivo Qashqai, produzido na Inglaterra.
Um porta-voz do Departamento de Transportes do Reino Unido informou que dois modelos foram submetidos a medição de emissões, e que não foram encontradas evidências de manipulação de resultados.
No entanto, ele acrescentou que ainda é cedo para dizer se novos testes serão necessários, à luz das últimas notícias. O departamento continua a monitorar as investigações sobre emissões em outros países.
Acionista da Mitsubishi. Os carros da Nissan também foram testados pelas autoridades da União Europeia, e igualmente a conclusão é a de que eles não utilizavam dispositivos ilegais que mascarassem emissões.
A Nissan é a segunda montadora acusada de utilizar software capaz de enganar o controle de emissões.
Em setembro, a Volkswagen admitiu ter empregado um software que manipulava os limites de emissão, e que o problema envolveu cerca de 11 milhões de automóveis a diesel.
No mês passado, a montadora japonesa Mitsubishi admitiu ter falsificado testes de economia de combustível por décadas.
O valor de mercado da empresa caiu, e na semana passada a Nissan adquiriu 34% das ações da concorrente.
Após o escândalo motivado pela Volkswagen, o Ministério do Meio Ambiente da Coreia do Sul submeteu a testes 20 modelos de automóveis a diesel. Apenas o Nissan Qashqai foi reprovado. O país quer que a montadora realize recall dos veículos, e pretende processar o responsável pelas operações da Nissan na Coreia do Sul.
Um diretor do ministério, Hong Dong-Kon, disse que o dispositivo de redução de emissões dos utilitários-esportivos a diesel deixou de operar quando a temperatura alcançava 35ºC: “Normalmente, alguns carros desligam o dispositivo quando o motor atinge 50ºC. O Qashqai foi o único que desligou o sistema a 35ºC”.
Quando o redutor de emissões parava de funcionar, o nível de emissões do carro da Nissan alcançava o mesmo volume, ou até um pouco mais, que o dos veículos a diesel da Volkswagen.
“Todos os especialistas expressaram a opinião de que isso foi claramente uma manipulação de emissões”, disse Dong-Kon.
Em um comunicado, a Nissan declarou que não manipulou dados sobre seus veículos. “O Nissan Qashqai foi homologado de acordo com as normas coreanas. A Nissan não emprega dispositivos ilegais em nenhum carro que produz.”
A empresa também garantiu que, seguindo rigorosamente os padrões de testes adotados na Coreia, as autoridades da Comunidade Europeia concluíram que os veículos da Nissan não utilizavam nenhum dispositivo que ocultasse o nível de emissões.
Mais de 2 milhões de carros foram produzidos na linha de montagem de Sunderland, Inglaterra, desde 2006, quando a Nissan começou a operar no Reino Unido.
O Qashqai é um dos carros mais vendidos da Europa, e o best seller da marca, nas últimas três décadas. (Jornal do Carro)