Cidade chinesa será primeira no mundo a liberar carros que andam sozinhos

UOL Carros/BBC

 

A empresa de tecnologia Baidu, conhecida por produzir serviços como sistemas anti-vírus e um site de busca na internet que concorre com o Google, revelou um plano para permitir que carros que andam sem motorista circulem livremente pela cidade de Wuhu, no leste da China.

 

O plano prevê que automóveis, ônibus e vans autônomos estejam nas ruas do município de 3,5 milhões de habitantes em até cinco anos. Wuhu se tornaria, então, a primeira cidade do mundo a liberar a circulação de veículos robotizados sem restrições.

 

Inicialmente os carros escolhidos não levarão passageiros e terão de trafegar em zonas de testes pré-determinadas, a fim de refinar a tecnologia. Essa primeira fase deve durar três anos. Na segunda e última etapa do projeto, porém, a ideia é expandir essas zonas a todos os limites de Wuhu e permitir a circulação de pessoas dentro dos automóveis.

 

“Essa é a primeira cidade corajosa, ousada e inovadora o suficiente para testar a direção autônoma”, afirmou Click Wang Jing, responsável pelo programa de autônomos da Baidu.

 

Atualmente, a empresa trabalha com a BMW no desenvolvimento de sistemas autônomos. O modelo que surgir dessa parceria será usado junto com veículos desenvolvidos pela Chery no projeto.

 

Com o anúncio, a companhia tenta bater de frente mais uma vez com o Google, que já possui uma pequena frota de carros que andam sem motorista circulando por áreas delimitadas do Vale do Silício, nos Estados Unidos.

 

Condução eficiente

 

Jing defendeu que a cidade quer usar veículos robôs porque ele representam uma maneira eficiente de transportar pessoas e mercadorias.

 

Segundo ele, o atual formato de várias famílias possuindo carros é “um desperdício de recursos”. “A maioria dos veículos passa boa parte do tempo parada”, afirmou. Já os veículos-robô poderiam ser compartilhados e usados de forma muito mais intensa.

 

O representante da Baidu disse esperar que a experiência estimule a origem de projetos semelhantes em outros lugares. “Vamos passar dados ao governo para que eles vejam os benefícios. Isso tornará mais fácil a expansão do projeto”, previu.

 

Outro lado

 

Estudo do grupo de contabilidade KPMG sugere que a popularização dos autônomos pode gerar um efeito reverso ao que as fabricantes esperam.

 

Em vez de melhorar a dinâmica e a fluidez do trânsito, eles passariam a ser usados por segmentos da população que normalmente não utilizam carros, como jovens e idosos, o que aumentaria consideravelmente o número de automóveis nas ruas. (UOL Carros/BBC)