Representante de importadores faz apelo para “não ir à míngua”

Carpress

 

Com uma queda de 44,6% no mercado (de 22.944 para 12.716 unidades) nos primeiros quatro meses de 2016 em relação ao mesmo período do ano passado, as 18 marcas filiadas à Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) reivindica tratamento isonômico em relação aos produtos fabricados no Brasil.

 

Segundo a entidade, a majoração de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) “não se justifica” no atual momento da economia. “As sucessivas quedas nos números de emplacamentos mensais sinalizam um alerta importante ao setor de veículos importados”, afirma José Luiz Gandini, presidente da Abeifa.

 

“Não podemos esperar até dezembro de 2017 o fim dos 30 pontos percentuais do IPI. Só conseguimos ultrapassar a cota com a cotação do dólar mais baixa. Agora, com o dólar em alta, não conseguimos nem sequer atingir o volume da cota estabelecida. Corremos sério risco de ver os nossos negócios à mingua, desestruturando por completo a operação de importação e, por consequência, a da rede de concessionárias”.

 

As importadoras comercializaram em abril 2.856 unidades, queda de 13,9% em relação ao mês anterior, quando foram emplacadas 3.317 unidades. Ante abril de 2015, o desempenho negativo é de 45,8%. Foram 2.856 unidades, contra 5.274 veículos.

 

A entidade mostrou ainda estudo que constata o que chama de quadro desolador do setor de veículos importados: em 2011, ano em que foi instituído os 30 pontos percentuais no IPI, as associadas à Abeifa responderam por 199 mil unidades comercializadas, com rede de 848 concessionárias autorizadas, 35 mil empregos diretos e recolhimento de impostos da ordem de R$ 6,5 bilhões. Hoje as 18 associadas respondem por 450 concessionárias (incluindo as que têm fábrica no país), 13.500 empregos diretos (incluindo fábricas) e têm previsão de recolhimento de impostos na casa de R$ 2,1 bilhões.

 

Para Gandini, a “invasão dos importados” não aconteceu e nem acontecerá. “Nós também somos favoráveis ao amadurecimento da indústria local. Por isso os veículos importados sempre serão um parâmetro importante para o mercado de autoveículos, aqui no Brasil como em qualquer outro mercado.”

 

Em relação à produção local, as associadas BMW, Chery, Mini e Suzuki fecharam abril com 841 unidades emplacadas, total que representou alta de 18,5% em relação ao mês anterior, mas queda de 6,5% se comparado com abril de 2015, quando foram emplacadas 899 unidades nacionais. Enquanto isso, no acumulado, as quatro associadas totalizaram 2.706 unidades emplacadas, queda de 17,8% em relação às 3.294 unidades do primeiro quadrimestre do ano passado. (Carpress)