Com mercado interno estagnado, Marcopolo espera alcançar bons resultados no Egito

Agência ANBA

 

Produção, faturamento, exportações e lucro líquido da fabricante de ônibus Marcopolo caíram no primeiro trimestre deste ano em relação o mesmo período do ano passado. Na divulgação de resultados, nesta terça-feira (03), a empresa atribuiu o desempenho à crise que atinge o Brasil, porém, afirmou que recebeu encomendas para sua unidade no Egito que deverão gerar resultados melhores no segundo trimestre deste ano.

 

A unidade da companhia no Egito, GB Marcopolo, recebeu um pedido de 150 ônibus para serem entregues no Cairo e 90 para um contrato celebrado em Alexandria. Os dois acordos deverão refletir em “melhores resultados” já a partir do segundo trimestre deste ano, segundo informações divulgadas pela Marcopolo. A empresa mantém uma linha de montagem desde 2009 no país árabe, em uma joint-venture com a companhia local GB Auto.

 

A receita do primeiro trimestre foi de R$ 428,3 milhões, com recuo de 34,8% em comparação com o mesmo período de 2015. A queda no faturamento foi resultado principalmente do desempenho no mercado brasileiro. Entre janeiro e março do ano passado, a empresa obteve receita de R$ 360 milhões no País, e neste ano, de R$ 192,50 milhões no mesmo período. A receita obtida com a atuação no exterior e com exportações caiu 20,6%, para R$ 235,8 milhões. O lucro líquido do período foi de R$ 8,8 milhões, 74,1% menor do que nos três primeiros meses de 2015.

 

Entre janeiro e março foram produzidas 1.077 unidades nas fábricas da empresa no Brasil, ou 61,9% menos veículos do que no mesmo período do ano passado. A produção no exterior foi de 288 unidades, ou 47,2% menos do que entre janeiro e março de 2015. A queda consolidada na produção foi de 59,5%.

 

Em seu documento de resultados, a empresa afirma que o desempenho foi afetado pela conjuntura econômica e pela instabilidade política que o Brasil atravessa. Porém afirma que está adotando medidas para superar as dificuldades e uma delas é fortalecer suas exportações por meio de um projeto com foco na atuação internacional. Esse esforço e o câmbio valorizado estão ampliando sua presença nos mercados da América Latina, África e Oriente Médio, segundo o documento.

 

As ações da empresa listadas na Bolsa de Valores de São Paulo operavam em queda nesta terça-feira (05). As ações preferencias, sem direito a voto, eram negociadas a R$ 2,32, em queda de 4,92%. As ordinárias, com direito a voto, eram cotadas a R$ 1,88, em queda de 5,05%. (Agência ANBA)