Vendas de veículos em março terão queda de 25% a 30%, calcula Anfavea

O Estado de S. Paulo

 

O mês de março deve terminar com uma queda de 25% a 30% na venda de veículos novos em relação a igual período do ano passado, estimou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. “Com o agravamento da crise política, tivemos um resultado pior do que esperávamos”, explicou o executivo, em palestra de abertura da sétima edição do Fórum da Indústria Automobilística, em São Paulo.

 

O presidente da Anfavea ponderou que, na comparação com fevereiro, contudo, o desempenho do mercado é de alta de 20% a 25%, em razão do número menor de dias no mês anterior. Na média diária, o ritmo ficou estável. Faltando quatro dias úteis para terminar março, Moan projeta que a venda de veículos novos deve ficar entre 165 mil e 175 mil unidades.

 

Apesar do resultado pior que o esperado em março, Moan disse que mantém as previsões da Anfavea para 2016, de queda de 7,5% na venda e de crescimento de 0,5% na produção. “O resultado de um único mês é insuficiente para fazer uma revisão”, afirmou. “E eu continuo acreditando em um início de recuperação no último trimestre deste ano”, complementou. No primeiro bimestre, as vendas acumulam queda de 31,31% ante igual período do ano anterior.

 

Segundo Moan, os resultados mais fracos em 2016 têm resultado em uma maior ociosidade das montadoras. Ele estima que o nível de utilização da capacidade produtiva de todo o setor, nos primeiros meses do ano, ficou em 46%, contra 52% no ano passado. Para o segmento de caminhões e ônibus, o cenário é ainda pior, com uma nível de utilização de 18%. Neste caso, Moan não detalhou o patamar do ano passado.

 

O presidente da Anfavea tem apenas mais um mês à frente do cargo. Ele será substituído por Antonio Megale, executivo da Volkswagen que assumirá o posto no próximo dia 25 de abril. “Quando eu assumi (em abril de 2013), eu sabia que teria uma gestão de crise, já que o setor é cíclico e nós já tínhamos passado pelo nosso ciclo (de alta) nos últimos sete anos. Porém, eu não imaginava que teríamos uma crise tão profunda”, afirmou. (O Estado de S. Paulo/André Ítalo Rocha)