DCI
O segmento de furgões e vans vem sentindo a queda significativa da atividade em comércio e serviços. Para sobreviver ao difícil período que se desenha, montadoras investem em novos produtos e no pós-vendas para ganhar participação de mercado.
É o caso da Renault, que aposta na rede Pro+ de serviços ao cliente para conseguir aumentar sua fatia no segmento. “O nosso pós-venda tem se tornado um diferencial mês a mês. Neste ano, devemos aumentar o nosso market share”, afirmou ao DCI o diretor de vendas a empresas da Renault no País, Alexandre Oliveira.
O executivo explica que a retração da atividade no comércio e em serviços impactou muito o desempenho do segmento de furgões e vans. Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o volume de serviços prestados recuou 3,7% nos últimos doze meses terminados em janeiro, “o pior desempenho para o mês na série histórica”, com perdas generalizadas.
Uma outra pesquisa do IBGE apontou baixa de 5,2% nas vendas no varejo na mesma comparação, devido a menor demanda das famílias, reforçando a percepção.
“O segmento em que atuamos acaba sofrendo diretamente com a retração da economia”, pondera Oliveira.
De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a categoria de furgões – que tem o Renault Master e o Fiat Ducato na liderança – encerrou 2015 com queda de 37,6%.
Já em furgões de pequeno porte, cujos líderes são o Fiat Fiorino e o Renault Kangoo, a retração das vendas atingiu 36,8% no ano passado. “Ainda assim, mantivemos o share na categoria da Master e aumentamos participação em 1.4 ponto percentual com a Kangoo”, comemora Oliveira.
A Mercedes-Benz também celebra o aumento de participação, mesmo com o mercado instável. “Tivemos um crescimento expressivo em meio a um cenário desafiador”, avalia o gerente sênior de vendas e marketing de vans no Brasil, Carlos Garcia.
Ele revela que a marca aumentou o market share com a Sprinter de 21,6%, em 2014, para 24,5% no ano seguinte. “Temos uma capilaridade grande devido à nossa rede e pretendemos ampliar a atuação principalmente no varejo, onde somos fortes”, destaca.
Garcia salienta que a Mercedes está trabalhando para apoiar especialmente o pequeno empreendedor, um grande foco da empresa. “Vamos ampliar a atuação em feiras de empreendedorismo para mostrar os produtos e oferecer test drive”, acrescenta.
Ele acredita que, neste ano, o mercado brasileiro de vans será semelhante ao registrado em 2015. “Consideramos a manutenção dos números como um crescimento”, diz Garcia. “E nós trabalharemos para manter o que conquistamos.”
Já a Renault acredita que o negócio de frotistas tem um grande potencial de crescimento neste ano.
“Por conta da crise, as empresas estão locando veículos em vez de comprá-los, o que abre espaço para renovação da frota”, pontua Oliveira. Ele acrescenta que o atendimento especializado na categoria semileve deve garantir fidelização à marca.
“Existe um vazio no atendimento a esse tipo de cliente e nós vamos aprimorar a rede Pro + para entregar o veículo mais rapidamente, por ser usado para trabalho e não lazer”, pondera o executivo.
Aposentadoria da Kombi
A extinção da Kombi, da Volkswagen, deixou uma notável lacuna no mercado brasileiro. Contudo, tanto Renault quanto Mercedes passaram a atuar recentemente na categoria com as mesmas dimensões do furgão da Volks.
“No fim do ano passado, lançamos a Vito, que tem dimensões semelhantes à Kombi. Mas nosso produto já existia no mercado europeu”, explica Garcia. Segundo ele, o modelo da Mercedes vem para preencher uma lacuna que existe no Brasil.
“A Vito chegou para atuar em uma categoria que não existe no País”, observa. Já a Renault está trabalhando seu recente lançamento, o Master L1. “Devemos incrementar nossos volumes através do segmento de vans intermediárias, que é uma oportunidade do consumidor subir de categoria”, aposta Oliveira. (DCI/Juliana Estigarríbia)