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As exportações superaram as importações em US$ 639 milhões na semana passada, resultando em superávit da balança comercial brasileira, informou ontem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
No acumulado de março, até o dia 20, foi registrado um superávit de US$ 2,7 bilhões. As exportações somaram US$ 9,91 bilhões na parcial deste mês, com queda de 8,3% sobre março do ano passado, ao mesmo tempo em que as importações totalizaram US$ 7,2 bilhões – com queda de 31,4% na comparação com o mesmo mês de 2015.
No caso das exportações, caíram as vendas das três categorias de produtos, na comparação com março do ano passado: manufaturados (-6,8%), semimanufaturados (-17,5%) e produtos básicos (-5,4%). Sobre as importações, recuaram as compras de siderúrgicos (-44%), combustíveis e lubrificantes (-41,4%), equipamentos elétricos e eletrônicos (-41,6%) e veículos automóveis e partes (-40,7%), entre outros.
Parcial de 2016
Na parcial deste ano, até 20 de março, a balança comercial brasileira registrou um superávit (exportações maiores que importações) de US$ 6,66 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi contabilizado um déficit comercial (importações superiores às exportações) de US$ 6,28 bilhões, houve uma forte melhora.
Números oficiais mostram que a melhora do saldo comercial, neste ano, está relacionada principalmente com a forte queda das importações – em um cenário de economia em recessão e dólar valorizado. As vendas externas brasileiras também recuaram em 2016, mas em menor proporção.
No acumulado deste ano, as exportações somaram US$ 34,5 bilhões, com média diária de US$ 651 milhões (queda de 5,1% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram US$ 27,83 bilhões, ou US$ 525 milhões por dia útil, uma queda de 34,5% em relação ao mesmo período de 2015.
Resultado de 2015
No ano passado, ainda de acordo com informações do governo, o saldo positivo (superávit) das transações comerciais do Brasil com o resto do mundo foi de US$ 19,69 bilhões. Foi o maior valor para um ano fechado desde 2011, quando o superávit comercial somou US$ 29,79 bilhões.
O resultado foi influenciado pelo baixo nível de atividade. Com a economia brasileira em recessão e o dólar alto, as importações desabaram 24,3% em 2015. Dólar alto torna as vendas externas mais baratas e as importações mais caras.
Ainda segundo números oficiais, a melhora da balança comercial em 2015 também foi influenciada pela queda do preço do petróleo. Como o Brasil mais importa do que vende petróleo ao exterior, o recuo do preço favoreceu a melhora do saldo comercial do país.
Estimativas do mercado e do BC para 2016
A expectativa do mercado financeiro para este ano é de melhora do saldo comercial, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada. O próprio BC também prevê melhora no saldo comercial.
A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 42,4 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior para 2016. Até o momento, o Ministério do Desenvolvimento estima um superávit de cerca de US$ 35 bilhões neste ano.
Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 30 bilhões para este ano, com exportações em US$ 190 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 160 bilhões. (Portal G1/Alexandro Martello)