Indústria argentina sofre com crise no Brasil

Jornal do Carro

 

O agravamento da crise econômica no Brasil já começa a respingar na Argentina, um de seus principais parceiros comerciais. Com a retração no consumo, causada por fatores como inflação, desemprego e crise de confiança, cai a demanda do mercado brasileiro pelos carros exportados pelo país vizinho. E a indústria argentina está sentindo o baque.

 

Na planta de Pacheco, onde Volkswagen fabrica a picape Amarok, metade da produção é para exportação e 80% do volume têm como destino o Brasil. Com a crise, a montadora teve de eliminar um dos três turnos de produção, afetando cerca de 1.200 operários a partir de abril, e começar um plano de demissão voluntária, com a meta de conseguir outros mil desligamentos. “Não podemos continuar fabricando se não temos compradores”, justificou um porta-voz da marca.

 

Ford, Fiat e General Motors, que também produzem no país vizinho parte da gama comercializada no Brasil, também já estão fazendo cortes de pessoal pelo mesmo motivo.

 

Na Ford, que fabrica Ranger e Focus na Argentina, as 200 demissões voluntárias não foram suficientes, já que parte dos 3.900 empregados remanescentes está ociosa. A Fiat, que destina 60% de seu volume de produção ao Brasil, teve 500 demissões voluntárias e suspendeu outros 200 operários da planta de Ferreyra, de onde sai a linha Palio vendida aqui. Na GM, foram 240 vagas de trabalho eliminadas, por enquanto.

 

Fontes do mercado projetam que a produção de carros na Argentina cairá 5,7% em 2016, fortemente influenciada pela queda no ritmo das exportações para o Brasil – que desabou 40% nos últimos doze meses. Para segurar as pontas, o setor automotivo argentino vai apostar numa receita bem conhecida do consumidor brasileiro: o financiamento com taxa zero. (Jornal do Carro)