Venda de carros cai 31,3 no bimestre

O Estado de S. Paulo

 

A indústria automobilística registrou em fevereiro o pior resultado mensal em vendas em nove anos. Foram 146,8 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O pior desempenho anterior tinha sido em fevereiro de 2007, com 146,7 mil unidades. Em relação a janeiro, houve recuo de 5,4. Já no comparativo com igual mês do ano passado, a redução foi de 21.

 

No bimestre, os negócios estão 31,3 inferiores aos dois primeiros meses de 2015, com 302,1 mil veículos vendidos,  também o mais baixo volume para o período em nove anos.

 

Sem perspectivas de melhora no curto prazo, as montadoras seguem com medidas de corte de produção e pessoal. A General Motors informou na segunda-feira ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul que pretende demitir 1,5 mil trabalhadores. Eles estão no grupo de 2.250 funcionários em lay-off (contratos suspensos), alguns há mais de um ario, e deveriam voltar à fábrica na terça-feira.

 

A intenção da empresa era chamar de volta 300 a 400 funcionários para operar, parcialmente, o segundo turno de produção. Ontem, após reunião com dirigentes do sindicato, a GM teria proposto o retomo de 600 operários e a prorrogação do lay-off por mais um mês para os demais. “Isso ainda não é suficiente; vamos tentar ampliar esse número para mil”, disse o presidente do sindicato, Aparecido Inácio da Silva. Hoje haverá nova reunião entre as partes. A GM não comentou o assunto. Além da baixa demanda do mercado, a: fábrica do ABC paulista deixará de produzir o Cruze, que passará a ser feito na Argentina nos próximos meses.

 

Em Catalão (GO), a Mitsubishi passou a operar, desde ontem, apenas três dias por sema-, na área de produção. A jornada reduzida, a ser descontada futuramente em banco de horas, segue até junho. A montadora emprega 1,27 mil funcionários na produção (de um total de 3,25mil) e produz os modelos Pajero, L200, Lancer e ASX. Eles respondem por 85 das vendas da marca no País, que afirmou ter adotado a medida para adequar a produção à demanda.

 

Redução do PPE

 

Na fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP), a redução de 20 na jornada, em vigor desde novembro dentro do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), passará para 10. Os salários dos funcionários terão corte de 5%, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos local, mas, como metade é bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), a redução efetiva será de 2,5%. Para o sindicato, o motivo da mudança é reforçar a produção dos novos modelos Gol e Voyage, que começa a chegar às revendas.

 

Em fevereiro, a GM manteve-se na liderança de vendas no mercado nacional, com 21,7 mil veículos. A Fiat vem na sequência, com 21,5 mil, e a Volkswagen segue em terceiro lugar, com 19,8 mil. A Hyundai ficou na quarta posição, com 13,9 mil unidades, e a Ford em quinto, com 13.4 mil comercializações.

 

Os modelos mais vendidos foram Chevrolet Onix (10,3 mil unidades), Hyundai HB20 (7,8 mil), Ford Ka (5,5 mil), Fiat Palio (5,5 mil) e Toyota Corolla (5 mil). Dados de produção e empregos serão divulgados na sexta-feira pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) . (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)