O Estado de S. Paulo
Com as exportações crescendo pela primeira vez em 17 meses, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,043 bilhões em fevereiro, o melhor resultado para o mês em 27 anos.
As vendas ao exterior somaram US$ 13,348 bilhões, aumento de 4,6% em relação a fevereiro do ano passado. Já as importações totalizaram R$ 10,305 bilhões, uma queda de 34,6%.
O resultado das exportações é explicado, entre outros fatores, pelo aumento no embarque de produtos semimanufaturados (+14%) e manufaturados (7,9%). Já as vendas dos básicos caíram 0,5%.
“O crescimento dos industrializados foi uma grata surpresa. O câmbio mudou de patamar e está se estabilizando e isso se reflete nas exportações”, explicou o diretor do Departamento de Estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC0), Herlon Brandão.
O aumento, no entanto, também se deve ao fato de que, em fevereiro de 2015, as exportações tiveram um desempenho muito ruim, o pior desde 2009. Neste ano, os preços dos produtos vendidos ao exterior continuam em queda (19%), mas houve aumento de 30,7% nas quantidades embarcadas.
A venda de produtos industrializados aumentou 9,6% em fevereiro. Brandão destacou o crescimento de 85,5% nos veículos vendidos, influenciado pelas vendas para o México e Argentina. As exportações de carros e ônibus somaram US$ 604 milhões no mês passado, aumento de 52,1%. “Houve a renovação do acordo automotivo com os países e o setor também vem sendo favorecido pelo câmbio, o produto brasileiro ficou mais competitivo”, completou.
A expectativa do ministério é que as exportações cresçam em 2016, mas não há uma meta numérica para essa alta. O governo projeta um saldo de R$ 35 bilhões na balança comercial neste ano até fevereiro, o superávit acumulado é de US$ 3,965 bilhões. No mesmo período de 2015, o resultado comercial apresentou um déficit de US$ 6,010 bilhões.
Pelo lado das importações, decresceram as compras de combustíveis e lubrificantes (54,6%), bens de capital (33,3%), bens intermediários (32,5%) e bens de consumo (20,5%). (O Estado de S. Paulo/Lorenna Rodrigues)