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Roberto Scaringella, engenheiro civil e jornalista, falecido em 2013, fundador da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo e ex-presidente do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), cunhou a frase: “Justiça social não se confunde com a necessidade de Inspeção Técnica Veicular”. Ele se referia aos sucessivos adiamentos da ITV, em razão de muitos acharem injusto tirar de circulação veículos velhos, na realidade mal conservados.
Seus donos não têm dinheiro para fazer manutenção, evitar acidentes e diminuir a poluição, mas elegem políticos.
Em 2015, completam-se 18 anos que o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) estabeleceu abrangência nacional da inspeção. No 23º Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (Simea), realizado no final do mês passado em São Paulo, 20 entidades assinaram uma carta aberta, entregue ao representante do Ministério das Cidades, Aílton Brasiliense, sobre a urgente implantação, por todos os Estados, da ITV. Será que a maioridade do CTB agora será respeitada em meio à crise econômica e política?
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Contudo, o Simea 2015 não se resumiu a isso. Organizado pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, reuniu mais de 1.200 participantes e atraiu cerca de 60 trabalhos técnicos relacionados ao escopo “Tecnologia e Conectividade Melhorando a Mobilidade”.
Uma das apresentações mais interessantes foi a da Ericsson com projeto de tráfego conectado em nuvem. Trata-se de plataforma de Internet para compartilhar anonimamente as condições de trânsito em tempo real entre veículos conectados e administradores de circulação em ruas e estradas, sem desrespeitar a privacidade das pessoas. Para a Microsoft, o telefone celular é o novo painel do automóvel, capaz de informar, controlar e até assumir comandos antes exclusivos dos motoristas.
No Brasil, rodovias pedagiadas também vão implantar novas tecnologias para se chegar ao sistema ideal de cobrança por trecho percorrido. Em futuro ainda um pouco distante, as cabines de cobrança poderão ser substituídas por cortina de raios laser que ajudarão a identificar o uso que cada veículo fez da estrada. Afinal, espera-se que um dia o carro seja usado mais “a passeio” em viagens e menos nos deslocamentos urbanos.
Pensando mais no presente, três empresas de autopeças apresentaram um novo sistema universal de partida a frio para motores flex quando usam etanol. Iniciativa da Mahle, criadora do inovador módulo de pré-aquecimento, contou com laboratórios da Continental para testes e gerenciamento eletrônico. Como é mais eficiente que os dispositivos atuais em termos de consumo de energia da bateria, emissões e economia de combustível, surgiu a ideia de incluir novo catalisador de custo menor e, para tanto, a Umicore participou.
Projeto idealizado por engenheiros brasileiros, que dividiram conhecimentos sem visar vinculação entre as três empresas e a preço bastante competitivo, será oferecido a qualquer fabricante de motor com os atuais equipamentos de injeção indireta de etanol/gasolina (mais de 90% dos modelos à venda, hoje). União fez a força. (UOL Carros/Fernando Calmon)