Automóveis, agora, devem “conversar” com o ambiente

Folha de S. Paulo

 

O automóvel não quer carregar o estigma de vilão das cidades modernas, tampouco deseja de volta o papel heroico que desempenhou ao longo do século 20.

 

As montadoras têm a missão de manter negócios saudáveis ao mesmo tempo em que o carro deixa o peso do protagonismo e transforma­se em um coadjuvante da mobilidade urbana.

 

Sistemas a serviço da mobilidade urbana “O desafio é convencer o consumidor de que o automóvel não é um investimento muito alto para um bem que ele vai usar pouco. É por isso que precisamos ampliar suas funções”, diz o engenheiro David Borges, supervisor de conectividade da Ford.

 

Para atender às novas demandas dos motoristas, não basta mais transportar. Os veículos devem conversar com o ambiente externo, o que vai muito além de atender chamadas por bluetooth.

 

“Não estamos falando de carros voadores e, sim, de tecnologias já disponíveis que podem tornar mais amigável a relação do automóvel com a sociedade”, diz Ricardo Takahira, coordenador da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva). A entidade promove nos dias 25 e 26 o XXIII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, com o tema “Tecnologia e Conectividade Melhorando a Mobilidade”.

 

O evento propõe reflexões sobre um futuro próximo, anterior à massificação dos carros autônomos. A maior parte dos trabalhos fala da evolução de serviços e soluções já existentes.

 

Um exemplo é o Volvo On Call. Montado em parceria com a operadora de telefonia Claro, o sistema tem uma central que funciona 24 horas e monitora os proprietários.

 

É possível acompanhar rotas, saber se há uma lâmpada queimada, se o combustível está acabando ou se a manutenção está próxima. Em caso de assalto, o automóvel é bloqueado e rastreado.

 

Os veículos da marca sueca trazem ainda sensores e câmeras que monitoram o ambiente ao redor. “O carro toma decisões próprias e freia de forma autônoma para que não haja atropelamentos ou batidas”, diz Jorge Mussi, diretor de engenharia da Volvo.

 

Emergência

 

Outra tecnologia já disponível no Brasil é o assistente de chamada de emergência que equipa o novo Ford Ka. Em caso de acidente, o carro tenta “falar” com o motorista e, na ausência de resposta, entra em contato com a central do Samu passando todas as coordenadas geográficas para o resgate.

 

SIMEA

Quando: dias 25 e 26 de agosto, a partir das 8h

Onde: Avenida das Nações Unidas, 12.551 ­ Piso “C” ­ Brooklin Novo, São Paulo

Quanto: Palestras ­ Sócios AEA:

R$ 200; não sócios: R$ 360; estudantes: R$ 85. Exposição gratuita

(Folha de S. Paulo/Eduardo Sodré e Michele Moureiro)