Óleo lubrificante errado no motor faz o carro andar menos e beber mais

Car and Driver Brasil

 

A cena é mais do que corriqueira. Você para o carro no posto e o frentista, todo pimpão, apressa-se: “Completa o óleo?”. Muita calma nessa hora! Não complete com qualquer produto. Usar lubrificante fora das especificações compromete características do veículo, como desempenho e consumo.

 

Cada modelo tem seu óleo específico, desenvolvido pelas engenharias das fabricantes e pelas empresas de lubrificantes. Confira aqui 10 pontos que você deve ficar atento na hora de colocar um óleo no seu carro.

 

  1. Como verificar

O ideal é checar o nível do lubrificante com o carro frio e em lugar plano. Puxe a vareta do cárter, limpe-a com uma flanela e ponha-a no recipiente. Ao retirá-la, você terá o nível certo.

 

  1. Quando trocar

Os lubrificantes geralmente são trocados em intervalos de 5 mil km ou 10 mil km – recomenda-se também substituir o filtro de óleo. Em carros 0 km, a substituição está prevista nas revisões programadas. Colocar óleo fora da especificação e da revisão pode acarretar em perda da garantia do veículo.

 

  1. Óleo escuro

Não se apavore com os diagnósticos apocalípticos do frentista. Óleo escurecido na vareta do cárter nem sempre é sinônimo para a troca. Como tem poder detergente, o lubrificante limpa o motor e fica escuro naturalmente. Mas se ao puxar a vareta estiver com aspecto de borra, corra para trocar o óleo.

 

  1. Onde trocar

Se o carro estiver na garantia, as revisões já preveem a troca. Em outros casos, o ideal é ir a uma oficina ou uma casa de óleo de confiança. São estabelecimentos que geralmente seguem padrões.

 

  1. Especificações

O rótulo da embalagem traz uma salada de letras e números. Elas traduzem informações como índice de viscosidade, temperatura, aditivos. Assim, é importante seguir a recomendação da montadora, que você confere no manual do proprietário.

 

  1. Óleo errado

Um lubrificante fora da especificação pode não suportar a dilatação provocada pelo calor. A viscosidade diferente comprometerá a lubrificação. Um fino demais pode subir para a câmara de combustão e queimar junto com o combustível. Além disso, o óleo errado causa depósito de verniz e de borras e provoca entupimentos. Em casos extremos, o motor pode fundir.

 

  1. Aditivos

O produto tem seus detergentes próprios, que limpam a sujeira das partes internas do motor. Aditivos adicionais podem alterar a viscosidade e desgastar rapidamente peças como virabrequim e os eixos comandos de válvulas.

 

  1. Mineral x sintético

Os minerais perdem mais rapidamente características como fluidez e formação de espuma. Nos sintéticos, a viscosidade é mais estável. Dessa forma, lubrificam rapidamente as partes altas do motor e formam uma película protetora mais resistente.

 

  1. Sintético com mineral, não!

Se o manual do proprietário pede óleo sintético, não use o mineral. Mas o contrário é permitido, desde que com intervalos menores de trocas do produto e do filtro. Por causa da maior quantidade de aditivos, o sintético limpa mais o motor e a sujeira. Em maior quantidade, pode obstruir o filtro em um período mais curto. Em nenhuma hipótese misture sintético com mineral.

 

  1. Troca ou completa?

Carros mais modernos registram consumo de óleo de cerca de 300 ml a cada mil quilômetros. Se o seu bebe mais que isso, procure uma revenda. Ao completar, coloque o óleo da mesma especificação do que já está no cárter – pode-se misturar marcas. Mas sem essa de apenas completar. Essa prática é uma das maiores razões para formação de borras. (Car and Driver Brasil)