Osvaldo
Dias Costa
Foram 16 anos na Dana. E agora está numa fase de adaptação à nova realidade,  recente, uma nova nova rotina, longe do corre-corre da indústria. Ainda bem que sua aposentadoria foi planejada.

Foram 16 anos na Dana. E agora está numa fase de adaptação à nova realidade,  recente, uma nova nova rotina. Que outros tantos colegas já passaram. Acostumado a levantar cedinho e partir para o dia de trabalho na Dana em Jundiaí, ele continua pulando da cama antes do sol. Agora está longe do corre-corre da indústria. Ainda bem que sua aposentadoria foi planejada.

Há alguns anos ele juntou as economias e investiu em um terreno na área rural de Atibaia, interior de São Paulo, onde fez uma casinha para usufruir de uma vida simples no meio do mato. Ali, envolvido com a horta orgânica e os pés de jaboticaba, pitaia, manga e laranja-pera, ele tem trabalho para o dia todo. É cuidar de alimentar os sanhaços, joões-de-barro, canarinhos e esperar os visitantes mais festivos do dia, os beija-flores. E ainda tem que preparar a terra, semear, colher… é trabalho que não acaba mais.

Só assim, com uma lista de atividades para preencher o dia todo, Osvaldo é capaz de se sentir inteiro, saudável e realizado. Coisas de um homem forjado no trabalho, que saiu sozinho da pequena Santana, no oeste baiano, para tentar a vida na cidade grande. Isso, 45 anos atrás, quando Jundiaí dava os primeiros passos em seu parque industrial. Chegou aos 19 anos para morar com a madrinha e se viu perdido quando saltou do ônibus em algum ponto descampado às margens da rodovia Anhanguera. “Foi bem assustador ver a imensidão das coisas, pensei que jamais conseguiria andar sozinho por ali”, relembra.

Em poucos dias Osvaldo já estava atrás do balcão de um restaurante famoso na cidade. Foram cinco anos criando relações, servindo pessoas com diferentes histórias e trajetórias, até que surgiu a oportunidade para entrar para a indústria, na antiga empresa Oscar, hoje Plascar. Ali teve o primeiro contato com máquinas e com o mundo automobilístico. Aprendeu a produzir painéis injetados para o Chevette e Corcel 2.  Nascia a paixão pela fabricação de veículos. Quando veio a oportunidade de trabalhar na antiga SIFCO, em 1987, sentiu que pertenceria, enfim, a uma categoria de elite entre os trabalhadores: seria metalúrgico. Naqueles anos 1980, isso importava. E muito. Começou como operador de máquina, primeiro na furadeira e depois na fresadora, ajudando a dar forma ao eixo dianteiro dos pesados.

Viver e aprender

Apesar de ser criado no interior baiano desde os 4 anos de idade, Osvaldo é paulistano. Foi batizado na igreja São José, no Belenzinho, mas a família não se adaptou ao ritmo frenético da cidade grande e decidiu voltar ao lugar de origem. Já homem feito, ele decidiu fazer uma nova investida mais ao sul do país e se ambientou rápido ao agito de uma região que despontava como polo industrial. Teve a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, fez curso de medida, leitura e interpretação de desenho, depois de mecatrônica e continuou aperfeiçoando conhecimentos para, mais tarde, assumir o controle da CNC, uma máquina robotizada com comando numérico computadorizado.

Aproveitando a abundância de oportunidades em um momento de crescimento da indústria, resolveu “pedir as contas” para levantar o FGTS e realizar o sonho da casa própria. Deu certo. Comprou o terreno, se envolveu na construção, sempre com o apoio da mulher, Isabel, e garantiu seu endereço definitivo no mundo. Ali criou os filhos Rafael e Gabriel. Quando a família já podia se instalar com conforto, correu atrás de um novo emprego. Passou pela EBFVAZ, fabricante de correntes, onde chegou a líder de produção, até que, em 2006, surgiu uma nova oportunidade na SIFCO, desta vez na montagem de eixos dianteiros. Abria-se um novo capítulo na vida de Osvaldo.

Ironicamente um percalço no trabalho em 2008 acabou por abrir caminho para uma das fases mais felizes de sua vida profissional. Impedido de atuar na Usinagem ou em qualquer em serviço que exigisse muitas horas em pé, ele foi então encaminhado para a Vigilância, ajudando a controlar a portaria industrial. Ali, checava a pesagem dos caminhões, o entra e sai de insumos e equipamentos e assim foi estreitando relacionamento com a área de RH e ganhando novas atribuições. Quando a Dana adquiriu formalmente as operações no final de 2016,  ficou ainda melhor. Aprendeu a lidar com planilhas e ganhou acesso ao administrativo e contato direto com muitos gestores.

Hoje, fazendo um balanço de toda uma carreira, Osvaldo, que entrou com pedido de aposentadoria no mesmo ano de 2017, considera que sua melhor fase profissional começou justamente aí, sob os efeitos do que ela chama de “cultura Dana”.

“- A Dana me abriu as portas para um mundo novo, é uma empresa que enxerga o lado social, a vida do funcionário na fábrica. Quando chegaram as primeiras pessoas de Gravataí para tratar da transição, a gente já percebia a o poder do “sangue novo” e das novas práticas. Em termos da segurança foi um verdadeiro salto e também em tecnologia”.

Maior proximidade com o chão de fábrica, um processo de transição bem conduzido e um fluxo de comunicação intensa aumentaram o sentimento de pertencimento de Osvaldo. O foco na melhoria contínua, um controle obstinado com a segurança no trabalho e atitudes simpáticas, como o almoço reunindo os aniversariantes do mês representaram uma jornada de valorização do elemento humano. É o próprio Osvaldo quem conta:

“- A comunicação ajudou a gente e entender o movimento, recebemos muitas cartilhas, livros informativos preparando para as mudanças. Uma das coisas que eu vou levar para sempre eram os almoços com os aniversariantes do mês, reunindo na mesma mesa gente do chão de fábrica, chefes e diretores para uma conversa animada e comida de primeira”.

Sucesso na nova fase da vida, Osvaldo! Os amigos torcem por você e lhe esperam nos encontros dos veteranos para matar as saudades, que são mútuas.

 

"A Dana me abriu as portas para um mundo novo, é uma empresa que enxerga o lado social, a vida do funcionário na fábrica. Quando chegaram as primeiras pessoas de Gravataí para tratar da transição, a gente já percebia a o poder do “sangue novo” e das novas práticas. Em termos da segurança foi um verdadeiro salto e também em tecnologia”.
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"A Dana me abriu as portas para um mundo novo, é uma empresa que enxerga o lado social, a vida do funcionário na fábrica. Quando chegaram as primeiras pessoas de Gravataí para tratar da transição, a gente já percebia a o poder do “sangue novo” e das novas práticas. Em termos da segurança foi um verdadeiro salto e também em tecnologia”.