Jussara
Costa da Rosa Machado
De sorriso sincero e largo, Jussara deixou sua marca trabalhando na fábrica em seus mais de 29 anos de Dana, onde fez inúmeras amizades e viveu muitas histórias de alegria na empresa.

A Dana parecia estar em seu destino desde quando passava à ferro os jalecos da Albarus em seu emprego anterior. Jussara sorri relembrando de como tudo começou: suas primeiras oportunidades profissionais foram em pequenas confecções de roupas de Gravataí mesmo. “Num desses meus primeiros trabalhos, muito jaleco da Albarus eu passei – claro que fiquei com o nome da empresa na cabeça e, quando um amigo meu do tempo de colégio disse que iria me indicar para trabalhar lá, fiquei feliz demais”, afirma. O seu amigo era Sérgio Luis Pedroso e a indicação deu tão certo que a jovem de 19 anos logo foi chamada para fazer uma entrevista. “Eu não tive receio, fui com toda a coragem, tinha a vida inteira pela frente e queria aproveitar a oportunidade”, resume.

A empolgação foi tanta que não poderia resultar em outra coisa senão a contratação – em 12 de agosto de 1991, Jussara foi contratada para trabalhar na antiga Divisão de Juntas Universais (que era conhecida pela sigla DJU), mais especificamente na Retífica da Cruzeta. “Fui muito acolhida pelos colegas da época, tanto que, até hoje, tenho contato com o pessoal dessa época. Eu era a ‘caçula’ da turma que inspecionava as cruzetas junto com outras mulheres bem mais experientes como a Ida, a Dona Leda e a Dona Tonha, e aprendi demais com elas”, lembra.

Jussara diz que um traço de sua personalidade a ajudou muito em sua carreira na empresa: o fato de ser detalhista e perfeccionista. “Eu brinco que é uma qualidade mas pode ser um defeito também, chego a ser chata de tão detalhista – isso acabou virando até piada entre minhas chefias”, ri. Ela sabe que isso era essencial para que progredisse dentro da empresa, já que ajudava o pessoal da chefia a confiar muito nela. “Nesses mais de 20 anos de Divisão de Cardans, trabalhei com chefes fabulosos como o Seu João, Seu Airoldi, Seu Oscar e Seu Telmo, entre tantos outros… Pessoas que confiavam no meu serviço – tanto que acabava sempre trabalhando nas partes do acabamento das peças, ou seja, na verificação final”, conta.

Dentro da fábrica de Cardans, não teve um setor sequer pelo qual Jussara não passou: retífica, ponteira, tratamento térmico, estufa, flange, prensas, luvas, ponteiras, garfo… Ela trabalhou em todos os cantos da fábrica e, não é à toa, considerava aquela a sua “segunda casa”.

Jussara relembra esse momento-chave em sua carreira na empresa: quando ainda trabalhava na Montagem da Divisão de Cardans, parte da fábrica foi transferida para a divisão de Sorocaba. “Foi então que eu soube que o pessoal da Divisão de Eixos Fora-de-Estrada estava fazendo um processo seletivo interno para Inspetor de Qualidade e resolvi me candidatar”, diz. Marcelo Castro e Sandro Gonzalez eram os responsáveis pelo processo, e conheciam Jussara só por referências em relação ao seu trabalho e como pessoa. Claro que, depois de tanta dedicação à Divisão de Cardans, Jussara acabou sendo aprovada em sua nova função – “senti que essa foi uma forma de reconhecimento que recebi em minha carreira, quando pude expandir meu conhecimento e trabalhar realizando outras atividades e com responsabilidade maior ainda afinal – agora, meu trabalho era a última etapa antes do produto chegar ao consumidor final”, relata.

Entre suas alegrias e orgulhos da trajetória dentro da Dana, Jussara ressalta a conquista do seu diploma do Curso Técnico em Metalurgia, da época que a empresa tinha uma parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O curso durou mais de 2 anos e exigiu dela muita dedicação – em 2000, ela concluiu a parte teórica das aulas com os professores que tanto adorava, e depois partiu para o estágio obrigatório até que, em 2004, tirou seu diploma. “Um de meus grandes incentivadores nessa empreitada foi o gerente Carlos Viegas, a quem tenho muita gratidão por isso”, afirma.

Depois de tantos anos em outra divisão, Jussara estranhou trabalhar em outro lugar – tanto que fazia questão de subir ao refeitório da Divisão de Cardans, que ficava um pouco mais distante, para almoçar com os colegas de sempre e “contar as novidades da nova função”, diz ela.

Jussara faz questão de mencionar seu último chefe na Dana, Régio Leal, a quem é muito grata por todo aprendizado no setor de Reposição da Divisão de Eixos Fora-de-Estrada, e se aposentou em 2018. Ela só parou de trabalhar recentemente, em fevereiro de 2021, por circunstâncias familiares. “Meu último dia foi uma ‘choradeira’ geral, muito emocionante e o meu recomeço de vida longe da Dana não foi fácil, eu acordava todos os dias no mesmo horário em que precisava acordar para pegar o ônibus, via ele passando aqui pela frente de casa…”, recorda, “mas o que ficou foi alegria! Antes de sair, procurei ensinar quem ia ficar com carinho, com as dicas que aprendi ao longo da carreira e deixar ali dentro boas amizades – isso eu acho que consegui!”, comemora.

De todos seus anos de empresa, faz questão de deixar um aprendizado aos mais novos, que começam agora sua trajetória profissional: “sempre fui da política de que quem faz a chefia é o operador, é preciso alegria e leveza para que as coisas fluam naturalmente”, diz. O resultado dessa política pessoal são 29 anos e 5 meses de carreira dentro da mesma empresa, onde faz questão de dizer que trabalhava com amor e dedicação. “No final de tudo isso, ficou uma coisa muito boa em meu coração quando penso em tudo o que vivi na Dana, eu amo aquela empresa demais! Semana passada estive lá e foi uma festa quando minhas colegas me viram no vestiário, ali se formou uma verdadeira família. É o local onde mais fiquei trabalhando na minha vida e só tenho gratidão por tudo”, diz, com a alegria corriqueira.

Casada com Leandro há 23 anos, Jussara é mãe de Leanderson, de 17 anos, e de Lisandra, de 14, suas grandes alegrias nesta vida. Adora estudar e fazer cursos – agora, de forma online, está realizando um de libras, e pretende prestar concurso em breve. Adora também, para passar o tempo, assistir a um bom filme e curtir a companhia da família.

“No final de tudo isso, ficou uma coisa muito boa em meu coração quando penso em tudo o que vivi na Dana, eu amo aquela empresa demais! Semana passada estive lá e foi uma festa quando minhas colegas me viram no vestiário, ali se formou uma verdadeira família. É o local onde mais fiquei trabalhando na minha vida e só tenho gratidão por tudo”.
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“No final de tudo isso, ficou uma coisa muito boa em meu coração quando penso em tudo o que vivi na Dana, eu amo aquela empresa demais! Semana passada estive lá e foi uma festa quando minhas colegas me viram no vestiário, ali se formou uma verdadeira família. É o local onde mais fiquei trabalhando na minha vida e só tenho gratidão por tudo”.