José Carlos
Quaresma
De todas as lembranças que José Carlos Quaresma traz da vida, grande parte está relacionada à empresa na qual trabalhou durante mais de 25 anos. Uma história que iniciou por insistência e cheia de desafios que deixaram memórias e fortes vínculos com os colegas de trabalho e com a própria Dana.

Nascido em Gravataí, José inicia contando essa história relatando como se interessou pela Dana: aos 18 anos, trabalhava no Posto Radar (posto de gasolina que fica a poucos metros de onde se localiza a empresa, no Distrito Industrial de Gravataí). “Mesmo bastante jovem, eu sempre pensava que um dia, ia trabalhar na Dana”, lembra. José morava perto da empresa, na Parada 72 de Gravataí, o que era outro atrativo para começar a carreira na Dana.

Mas, antes de sua sonhada oportunidade, ainda trabalhou em outros 2 lugares – nenhum deles da indústria automobilística. “Eu ainda não tinha o Ensino Médio e minha namorada da época, hoje esposa, incentivava sempre que eu estudasse. Concluí o Ensino Fundamental e, mesmo trabalhando em outra empresa, sempre deixava meu currículo na Dana às segundas-feiras”, diz.

Depois de ‘umas 5 segundas-feiras’, José apareceu mais uma vez para deixar seu currículo na empresa e, naquela área, estava Joelson Moro (hoje também veterano) que, na época, era do Almoxarifado da empresa. “Ele então comentou que havia aberto uma vaga para trabalhar neste departamento, que era justamente a minha área de atuação, e acabei sendo chamado depois de mais uma entrevista para ser Auxiliar de Almoxarifado”, lembra.

José iniciou sua longa trajetória de 25 anos e 11 meses na Dana exatamente no dia 13 de março de 1996. “Lembro que, na época, também estava colocando os estudos em dia e, depois de fazer o teste para entrar na empresa, fiquei 3 meses trabalhando lá mas não poderia ser efetivado pois não tinha o Ensino Médio concluído. Mas viram que eu levava o trabalho muito a sério e foi então que me indicaram para trabalhar na Divisão de Produtos para Vedação”, diz.

José conversou com Arlindo Ardano da Costa (hoje também Veterano Dana como ele), que o explicou como funcionava o trabalho naquela divisão – ele iria trabalhar na Preparação da Massa num dos setores mais temidos da empresa porque, no preparo desta massa usada nos componentes de borracha, havia muita fuligem. “Quem já estava lá nessa época era a Dona Cenira da Silveira, também Veterana hoje em dia, profissional maravilhosa que sabia de cor as pesagens de tudo o que fazíamos no setor – ela sempre me ensinou muito sobre o trabalho e, no início de minha trajetória, não foi diferente”, lembra.

Como todo bom operador, José acabou circulando por diversos setores da Divisão de Produtos para Vedação. “Eu tinha aprendido bastante sobre a massa e os compostos da borracha, então as chefias acabavam me aproveitando para trabalhar em outros setores da fábrica como as Injetoras, a Junta de Cabeçote, eu era aquele tipo de pessoa para quem ‘não tem tempo ruim’ e, onde a empresa precisasse de mim, lá eu procurava estar”, explica.

Como muitos colegas da empresa que ficaram muitos anos ali, ganhou um apelido: “Zé da Preparação”. “Uma coisa que sempre me deixou feliz foi o reconhecimento dos colegas, especialmente do pessoal que trabalhava na Engenharia – lembro que o engenheiro químico Marco Bandeira sempre dizia ‘quem quer saber qualquer coisa te borracha, fala com o Zé da Preparação’”, conta. Em dupla com a já citada dona Cenira da Silveira, ganhou o título de campeões das Ideias Imediatas, um projeto de melhorias contínuas da empresa. José diz que buscou sempre se aprimorar como pôde e, só de cursos oferecidos pela empresa, foram mais de 100 no currículo.

Quando chegou a época em que a empresa incentivava os colaboradores a participar dos trabalhos de SOPE, José esteve nesta também. “Sinto que tanto os trabalhos de SOPE como as Ideias Imediatas eram oportunidades de deixar um pequeno legado dentro da empresa – tanto que acabei batendo recordes nestes programas de melhoria”, diz. Outro episódio marcante do seu tempo de Dana foi quando apresentou no SENAI uma aula falando sobre o processo de Preparação da Borracha na Unidade da Assis Brasil, em Porto Alegre. “Toda a nossa equipe da Preparação foi chamada e foi algo que me marcou”, lembra.

Destes mais de 25 anos na mesma empresa, outra coisa que o alegra é falar das amizades que permanecem. “Sempre fomos muito unidos dentro da Dana, considero que tínhamos uma verdadeira família e, se haviam desavenças, elas ficavam apenas no âmbito profissional e eram de pronto resolvidas – o importante é manter o vínculo de amizade e respeito”, diz. “O saldo final de todos esses anos foi positivo, ficou muita gratidão por todo esse tempo trabalhado, passamos por muitos períodos desafiadores na empresa e, por isso, a sensação de dever cumprido é algo marcante – além das muitas amizades e do grupo de Veteranos”, conclui.

Casado há 20 anos com Roselaine (lembra daquela namorada que o incentivava a concluir os estudos? Ela mesma!), é pai de Isadora, que hoje tem 16 anos, seu maior orgulho. Gosta de viajar e curtir a companhia da família.

“O saldo final de todos esses anos foi positivo, ficou muita gratidão por todo esse tempo trabalhado, passamos por muitos períodos desafiadores na empresa e, por isso, a sensação de dever cumprido é algo marcante – além das muitas amizades e do grupo de Veteranos”.
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“O saldo final de todos esses anos foi positivo, ficou muita gratidão por todo esse tempo trabalhado, passamos por muitos períodos desafiadores na empresa e, por isso, a sensação de dever cumprido é algo marcante – além das muitas amizades e do grupo de Veteranos”.