Derli Rodrigues
Depois do começo nos anéis de pistão, fez sua carreira no Cardan.
Nascido no município de Cachoeira do Sul, distante 162 km da capital Porto Alegre, Derli mudou-se para um centro maior aos 18 anos, depois de servir no exército militar. “O ano era 1979, e vim a Porto Alegre, onde comecei trabalhando como motorista de ônibus. Não era exatamente o que eu queria mas, aos poucos, fui conhecendo a área da indústria e me interessando em trabalhar ali”, diz. Morava com a avó em Cachoeirinha e, aos poucos, galgou outras oportunidades: trabalhou com um tio que era ferreiro e teve passagens por grandes indústrias como a Mundial e a Taurus. Mas seu sonho era trabalhar na Dana.
Sua esposa Terezinha já trabalhava na Dana e Derli começou a buscar uma oportunidade na fábrica, o que eventualmente acabou acontecendo. Em 14 de junho de 1996, foi contratado para atuar na Fundição de Anéis – a esposa aposentou-se em 1997, um ano depois de Derli entrar na Dana, mas ele permaneceu igualmente motivado para construir uma trajetória de muito trabalho na empresa. “Quando me deram a oportunidade de trabalhar lá, era tudo diferente do que eu já havia trabalhado e eram vagas muito disputadas, então precisei dar o meu melhor porque todo mundo queria a oportunidade de trabalhar numa boa empresa como a Dana”, lembra.
Derli iniciou como Auxiliar de Produção na Divisão de Anéis que, na época, era gerenciada por Marcelo Jardim. “Permaneci ali por 2 anos, tendo como meu supervisor seu Luis, até que a fábrica de anéis se mudou para a Argentina, em 1998. O Jader Hilzendeger era gerente na época e lembro dele falar que ninguém ia ser mandado embora, mesmo com a mudança da fábrica – e assim foi”, diz.
Ele foi então transferido para a Divisão de Cardans, mais especificamente para atuar no setor de Flange de Acoplamento. “Só tinha ‘feras’ nesse setor, gente boníssima com quem tenho amizade até hoje, o supervisor dessa época era seu Edilberto e acabei ficando nesse setor durante 12 anos da minha carreira na Dana”, diz.
Claro que, durante todos estes anos, aconteceram muitas mudanças na fábrica, muita mudança de chefias e de metas alcançadas coletivamente. “Acabei também trabalhando nos 3 turnos e acumulando muitas experiências diferentes dentro da fábrica, sempre atuando como operador de máquina”, lembra.
Depois de 4 anos, Derli foi transferido para a RPU da Divisão de Cardans, aonde eram produzidos os cardans da Amarok e também luvas para a Toyota num departamento da fábrica moderno e todo robotizado. “Imagine como aprendi ali, tanto que acabei ficando nesse setor até o final da minha trajetória na Dana em 2018 – antes disso, em 2014, precisei ficar 1 ano afastado e recebi total apoio da empresa nesse período”, relata.
Quando chegou a hora de se aposentar, a decisão foi dele, que se preparou para este momento. “No final de 2017 saiu a minha aposentadoria e pedi para treinar alguém para ficar no meu lugar porque era hora de aproveitar a vida – havia prometido a minha família que faria isso”, diz. Hoje, seu maior orgulho é o fato do filho Peterson Selace Rodrigues trabalhar no setor de Luvas da Divisão de Cardans – ele já contabiliza 13 anos de empresa e, se seguir nesse ritmo, deve se tornar veterano da Dana como seu pai.
Hoje, Derli e a esposa dividem-se entre a casa de Gravataí e as idas para Torres, no extremo litoral gaúcho – ter um pedacinho de chão lá era sonho antigo do casal. Os dois são pais de Peterson e Luana e avós de 2 netos, Liana de 9 anos, e o pequeno Antônio, de 1 aninho. Ativo e alegre, Derli está sempre “inventando novidades” por casa e adora pintura de automóveis. “De todos esses anos de história, ficou um sentimento bom, de gratidão. Normalmente, quando você sai da empresa, eles esquecem de você – não foi o que aconteceu na Dana”, diz. “Em todos estes anos, vivi muitas experiências marcantes, fiz cursos, recebi reconhecimento através de promoções, trabalhei como agente de melhoria do SOPE e do Programa de Ideias e também fui brigadista… Ficaram as muitas amizades que fiz nestes anos todos e que, hoje, podemos rever no encontro dos veteranos”, conclui.