Sistema de controle de emissão exige manutenção e bom combustível

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

Os carros possuem equipamentos que filtram a saída do ar e até captam vapores dispensados no abastecimento. Quanto mais novo for o carro, mais sofisticado e eficiente será esse sistema de controle de emissões.

 

Modelos com motores a diesel, que dispensam a centelha da vela e causam a explosão somente com a compressão dos pistões, usam o filtro de particulado (DPF). E, em alguns casos, também o conversor de redução seletiva (SCR). Os veículos pesados acrescentam ainda um conversor catalítico de oxidação.

 

Todos esses sistemas exigem cuidados na hora da manutenção preventiva.

 

“O plano de manutenção determinado pelo fabricante contempla as ações necessárias para o funcionamento adequado dos sistemas”, explica Fernando Fusco, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

 

“Durante as manutenções, deve-se atentar principalmente à correta especificação do óleo lubrificante e à substituição do filtro de óleo, à substituição das velas de ignição, bem como dos filtros de ar e de combustível no momento correto.”

 

Segundo Fusco, o uso de óleo lubrificante diferente do indicado também pode danificar os sistemas de controle de emissões. Além disso, outro ponto importante é não encher o tanque do veículo acima do volume máximo. Ou seja, evitar colocar combustível após o desligamento automático do bico da pistola.

 

Fusco salienta que todos os aparelhos de controle de emissões são sensíveis à qualidade do combustível: “Fora do especificado pelo fabricante do veículo, ele pode contaminar os sistemas de maneira irreparável, abreviando significativamente sua vida útil”.

 

O professor recomenda o mesmo cuidado com a utilização correta do Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), conforme especificado nos veículos a diesel em que se aplica. É o caso, por exemplo, dos Jeep Commander e Compass. A solução é injetada antes do segundo catalisador do sistema do escapamento.

 

É nesse ponto que o reagente entra em contato com a fumaça residual, contendo óxido de nitrogênio, e faz a quebra das moléculas. Assim, apenas vapor d’água e nitrogênio são liberados na atmosfera.

 

Mudanças nas regras

 

Em 2025, a oitava fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) entrará em vigor. Serão três ciclos.

 

O primeiro, que vai até 2026, terá exigências mais brandas. O segundo, entre 2027 e 2028, será mais rígido. Finalmente, o terceiro, a partir de 2029, contará com determinações ainda mais restritivas.

 

Hoje, na sétima fase, a lei exige um máximo de emissões de 80 mg/km de Nmog + Nox (gases orgânicos não metanos + óxidos de nitrogênio) para carros de passeio. A oitava reduzirá o teto para 50 mg/km, mas levará em conta a média da frota. Atualmente, a emissão é calculada por unidade vendida.

 

A partir de 2027, o limite de emissão cairá para 40 mg/km de Nmog + Nox. E, em 2029, a estimativa é que seja reduzida para 30 mg/km.

 

Com essas exigências, motores mais antigos devem se adequar ou simplesmente sair de linha. Carros já em circulação não serão afetados. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade)