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As baterias de lítio, amplamente utilizadas em veículos eletrificados, podem ser 100% recicladas, garantindo sustentabilidade e evitando danos ao meio ambiente. No Brasil, empresas como Re-Teck, Energy Source e Lorene estão à frente desse mercado promissor, com tecnologias avançadas de reciclagem.
As baterias de lítio, que são o coração dos veículos elétricos e híbridos, possuem uma característica essencial: podem ser totalmente recicladas. Essa capacidade elimina o risco de impactos ambientais negativos, um fator crucial para a sustentabilidade do crescente mercado de veículos eletrificados. No Brasil, três empresas se destacam nesse campo: Re-Teck, Energy Source e Lorene, todas associadas à Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Essas empresas já operam no Brasil, focando na coleta e reciclagem de baterias de lítio provenientes de dispositivos como celulares, notebooks, tablets e máquinas de cartão, cujas tecnologias são as mesmas das baterias usadas em veículos eletrificados. De acordo com Marcelo Cairolli, diretor de Infraestrutura da ABVE e vice-presidente de Negócios para América Latina da Re-Teck, “as baterias de lítio já fazem parte da sociedade brasileira há, pelo menos, 25 anos”.
Uma pesquisa da FGV EAESP, divulgada em 2023, mostra que o Brasil contava com 249 milhões de smartphones e 115 milhões de tablets e notebooks ativos, o que representa 42,2 mil toneladas de baterias em operação. Este volume expressivo demonstra que a tecnologia de reciclagem de baterias de lítio não é nova no país e está pronta para atender à demanda do mercado automotivo.
Apesar deste cenário promissor, um desafio se apresenta no horizonte: a inclusão dos veículos elétricos no Imposto Seletivo, o chamado “Imposto do Pecado”, aprovado pela Câmara dos Deputados em 10 de julho. Este imposto, originalmente criado para incidir sobre produtos nocivos à saúde ou ao meio ambiente, levanta preocupações. “Os veículos elétricos e híbridos reduzem ou cortam a zero as emissões de poluentes nocivos, diminuem a poluição sonora e contribuem com a redução dos gases do efeito estufa”, argumenta Ricardo Bastos, presidente da ABVE.
A Reciclagem das Baterias – Contrariando a crença popular, as baterias de veículos eletrificados não quebram ou perdem a eficiência de forma abrupta. Semelhante ao que ocorre com baterias de celulares, as células das baterias automotivas perdem gradualmente a capacidade de carregamento. Quando atingem cerca de 50% de sua capacidade original, a substituição é recomendada, mas não é necessário trocar a bateria inteira. As células danificadas são removidas e enviadas para reciclagem.
Essas células, compostas por lítio, funcionam de maneira similar às pilhas comuns, armazenando a energia necessária para o funcionamento do veículo. Dependendo do modelo, os carros elétricos podem conter milhares de células.
Mesmo após o final de sua vida útil, essas baterias podem ter uma “segunda vida” em aplicações estacionárias, como sistemas de armazenamento de energia solar ou eólica. As baterias dos veículos geralmente vêm com uma garantia de oito anos e duram entre 10 a 15 anos. Quando o momento de reciclagem finalmente chegar, as empresas brasileiras estarão prontas para atender ao mercado nacional.
Durante o processo de reciclagem, as baterias são trituradas e divididas em três categorias: plásticos, alumínio e cobre, e metais nobres (como lítio, cobalto e níquel). Os metais nobres, conhecidos como “Massa Negra” devido à sua aparência, são os mais valiosos no mercado internacional e podem ser reciclados infinitas vezes.
Há um crescente interesse global na reciclagem da Massa Negra, com grandes empresas e montadoras já explorando esse campo. Com tecnologias avançadas e um mercado em expansão, o Brasil está bem posicionado para se tornar um líder na reciclagem de baterias de veículos eletrificados.
Tipos de Baterias
As baterias de lítio são preferidas pelas montadoras por sua eficiência, bom desempenho em altas temperaturas e reciclabilidade. Atualmente, quatro tipos principais de baterias de lítio são usados em veículos: NMC (Lítio Níquel-Manganês-Cobalto), LFP (Lítio Ferro-Fosfato), NCA (Lítio Níquel-Cobalto-Alumínio) e Li-S (Lítio Enxofre). (Mecânica Online)