O Estado de S. Paulo/Mobilidade
Os automóveis elétricos são resultado de um grande avanço em pesquisa e tecnologia. Mas as inovações não devem parar por aí. Estudos já em andamento prometem mudar a mobilidade com o carro do futuro. Veja a seguir as tendências:
Autonomia e diálogo
Um dos projetos bem encaminhados atualmente é o carro autônomo, com cinco níveis:
O nível 0 depende 100% da ação do motorista. Mas já apresenta dispositivos como sensor de ré, para evitar batidas no carro de trás. Além disso, oferece controle de velocidade, que emite um som quando o automóvel está muito acelerado.
O nível 1 incorpora controle de cruzeiro adaptativo, sistema eletrônico que mantém a velocidade predefinida na estrada. Com isso, o motorista tem mais segurança.
No nível 2, o veículo pode desviar sozinho e até parar por conta própria.
Já no nível 3, o veículo faz a leitura do entorno, identificando a proximidade de pedestres, ciclistas, assim como animais. Algumas operações são realizadas com limitações, como percorrer uma estrada a uma determinada velocidade. Cabe ao motorista assumir o comando se o carro ficar descontrolado.
A intervenção humana é bem menor no nível 4. O veículo faz tudo sozinho, mas em regiões delimitadas.
Por fim, o nível 5 permitirá que o motorista seja um passageiro. O carro reconhecerá buracos na rua, lerá placas de trânsito e até buscará o dono no escritório.
“As centrais multimídia também vão ‘conversar’ cada vez mais com o usuário, sugerindo o momento da recarga e pagamento automatizado”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). “São sistemas que serão aperfeiçoados.”
Tecnologia 5G
Em paralelo, a tecnologia 5G permitirá a comunicação entre carros e trânsito. Por exemplo: um semáforo, quando estiver entrando na luz amarela, enviará um sinal ao automóvel que se aproxima, alertando sobre a necessidade de iniciar a frenagem.
Ele se comunicará com os carros de trás para que também reduzam a velocidade. “Será o fim dos engarrafamentos. Os deslocamentos serão feitos em menos tempo”, vislumbra o docente.
Baterias multiúso
A bateria do carro do futuro fornecerá energia para outras finalidades.
Na tecnologia V2L (vehícle to load), o veículo pode carregar outros equipamentos, como TV, forno elétrico, bem como ar-condicionado.
No sistema V2H (vehícle to home), a bateria é transformada em unidade de energia móvel. Assim, ela gera corrente elétrica para uma residência ou determinadas áreas.
Já o V2G (vehicle to grid) é mais amplo: o carro envia a energia de volta à rede elétrica – operação que ainda não é permitida no Brasil. “Seria uma ótima alternativa nos horários de pico de consumo”, afirma Delatore.
Carregamento e armazenamento de energia
O carro do futuro deve apresentar outra forma de armazenar energia, além das baterias, geralmente instaladas no assoalho. Segundo Delatore, as células fotovoltaicas serão uma solução eficiente.
“Além disso, muitas mudanças eletroquímicas acontecerão, buscando combinações que permitam recarga mais rápida e entrega maior de corrente para operar o motor elétrico”, prevê o professor.
Outra fonte de energia pesquisada em países como Japão e China é o carregamento de bateria wireless. “Se os smartphones têm, por que o carro elétrico não teria?”
“Nessa tecnologia, uma das pistas das principais rodovias é dotada de indução magnética. Quando o carro passar por ela, a bateria vai carregar e, depois, o motorista será cobrado por isso”, explica.
As baterias também diminuirão de tamanho, fornecerão mais energia e levarão menos tempo para recarregar. Confira outras dicas de manutenção em estadaooficinamobilidade.com.br. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade)