AutoIndústria
Assim como nas últimas edições, a 31ª do Simea, Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, que acontece nos dias 21 e 22 de agosto, vai centralizar seus debates na eletrificação veicular. Mas com um diferencial importante este ano na avaliação de Eugênio Coelho, coordenador do Simea 2024:
“Nos dois ou três anos anteriores, o debate era centrado na relevância do híbrido no processo de transição para o veículo 100% elétrico. Neste ano, deve prevalecer o questionamento se o híbrido é transição ou solução”, comentou o executivo.
Entre outros exemplos que indicam uma mudança de rota nesse debate, ele citou a Volvo, que havia se comprometido a vender apenas carros elétricos após 2030 e esta semana admitiu rever tal posição, buscando uma solução intermediária até que haja suporte adequado ao carro 100% elétrico no contexto mundial.
Pesa na decisão da Volvo a dificuldade de entrar com modelos elétricos feitos na China no mercado estadunidense, por causa das novas barreiras aos produtos asiáticos. Assim como a marca sueca, outas montadoras já tinha admitido dificuldades para caminhar para o carro 100% elétrico na velocidade antes programada.
Nesse contexto, o Brasil ganha atenção especial por conta dos seus bicombustíveis, em especial o etanol. A Toyota foi pioneira no lançamento do híbrido flex e outras gigantes do setor, como Stellantis, Volkswagen e Renault, prometem lançamento de modelos do gênero para este ano ou no máximo o próximo.
Diante dos acontecimentos em andamento, Eugênio Coelho não descarta a possibilidade de o híbrido ganhar estatus de solução, deixando de ser visto apenas como uma transição rumo ao carro 100% elétrico.
A questão certamente estará no centro das discussões do Simea 2024, cujo tema é justamente “Mobilidade Verde e a Transição Energética”. Organizado pela AEA, Associação Brasileira da Engenharia Automotiva, o evento teve este ano recorde de trabalhos técnicos.
“Recebemos 90 e selecionamos 60 para as apresentações durante o simpósio, além de termos escolhido mais 12 para serem publicados. São trabalhos que indicam soluções de curto e médio prazo sobre questões variadas, como aplicações do etanol ou de células de combustível, dinâmica veicular e materiais”, informa Eugênio.
A expectativa para este ano é a de receber um público entre 1 mil e 1,2 mil pessoas, incluindo dirigentes de montadoras, autopeças, sistemistas e empresas de tecnologia.
A abertura oficial terá a participação de Marcus Vinícius Aguiar, presidente AEA, Gábor Deák, diretor do Sindipeças, Marcio de Lima Leite, da Anfavea, e Marcelo de Godoy, da Abeifa, além de Evandro Luiz Maggio, da Toyota, presidente de honra do Simea 2024.
O simpósio também contará com a presença de representes do governo, dentre os quais Pietro Mendes, Secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME – Ministério de Minas e Energia, e Margarete Gandini, do MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A programação toda do Simea 2024 pode ser vista no link simea.org.br. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)