Graal quer instalar eletropostos em 37 unidades até o fim do ano

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

Nas viagens mais longas, é hábito do brasileiro fazer paradas nos restaurantes à beira das rodovias para abastecer o carro e se alimentar. Os estabelecimentos querem aproveitar esse costume para atender, também, os proprietários de veículos elétricos.

 

Um importante investimento está partindo da Rede Graal, um dos maiores grupos de autopostos rodoviários do Brasil. Ela desembolsou R$ 15 milhões na aquisição de 74 equipamentos das empresas WEG, ABB e BYD. O valor também contempla obras de infraestrutura para instalar as estações. “Os carregadores serão implementados em 37 das 52 unidades da Graal. Em setembro, 24 estarão em operação e as outras 13 ficarão prontas até o fim deste ano”, revela Nivaldo Ary Nogueira Jr., gerente de expansão da Rede Graal. Os demais 15 espaços estão, atualmente, sendo ocupados por uma parceria com a EDP Brasil, empresa do setor energético, que se encerra em novembro.

 

As estações serão colocadas em rodovias dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A primeira a receber o ponto de recarga foi o Graal Turmalina, no km 158 da Rodovia Anhanguera, em Cordeirópolis (SP).

 

Nogueira conta que em cada unidade será possível recarregar três veículos ao mesmo tempo. São dois conectores CCS2 do modo ultrarrápido (DC), de 120 kW, e um semirrápido (AC) Tipo 2, de 22 kW. O AC deverá ser usado, sobretudo, por automóveis com propulsão híbrida plug-in. Também são esperados muitos veículos urbanos de carga, os chamados VUCs, usados para as entregas de encomendas em trajetos menores.

 

Três marcas

 

Nos dois tipos de conectores, a Graal utiliza a plataforma digital e serviços de operações e manutenção da Move, empresa de soluções de mobilidade elétrica. “Os equipamentos são capazes de abastecer os veículos totalmente elétricos em cerca de 30 minutos, contra as mais de quatro ou cinco horas dos carregadores tradicionais”, afirma Nogueira. “O cliente fica nos nossos espaços de 20 a 40 minutos, tempo suficiente para aguardar a recarga”, completa.

 

Segundo o executivo, a Graal optou por não comprar equipamentos de um único fornecedor. “A ABB é uma das principais marcas do mundo, ao passo que a nacional WEG tem muita reputação no País. Também optamos por alguns aparelhos da BYD”, diz.

 

As áreas da Rede Graal não precisarão de grandes intervenções para acomodar os eletropostos. Nogueira destaca que apenas 10 unidades ganharam um reforço na entrada de energia para suprir a demanda de fornecimento aos veículos. “As crescentes vendas de automóveis elétricos no Brasil exigem infraestrutura robusta na rede elétrica”, acentua.

 

Experiência anterior

 

O preço de recarga definido pela Rede Graal para o usuário é de R$ 2,20 o quilowatt-hora nos carregadores DC e R$ 1,60 nos AC mais uma taxa de R$ 2 a cada conectividade. “Pesquisamos os valores cobrados por outras empresas e nos posicionamos na mesma faixa”, garante. O proprietário do carro eletrificado já pode baixar o aplicativo EletroGraal no smartphone, fazer o cadastro para ver, entre outras informações, onde estão os pontos de recarga e acompanhar o histórico das operações.

 

Não é a primeira vez que a Rede Graal se envolve em uma ação voltada para a eletromobilidade. Em 2015, ela participou da formação do inédito corredor intermunicipal entre São Paulo e Campinas, em uma parceria com a CPFL Energia.

 

O pioneirismo resultou na instalação de eletropostos nas rodovias Anhanguera (km 67, pista São Paulo–interior) e Bandeirantes (km 56, pista interior–São Paulo). “O projeto tinha começo, meio e fim e avaliamos a experiência como positiva, que permitiu nos dar mais embasamento para investir agora nas estações de recarga”, explica.

 

Para Nivaldo Nogueira, as grandes redes de autopostos e restaurantes localizadas nas rodovias estão diante de uma excelente oportunidade para ingressar na expansão da eletromobilidade no Brasil. “No entanto, desconheço quem tenha investido um valor tão expressivo para dotar as áreas com a infraestrutura adequada”, afirma.

 

“Sabemos que o cliente permanece nos nossos espaços entre 20 e 40 minutos, tempo suficiente para aguardar a recarga do veículo enquanto faz uma refeição ou toma um café” Nivaldo Ary Nogueira Jr. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Mário Sérgio Venditti)