Tex Higer trará van, caminhão e furgão elétricos ao Brasil

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

A Tevx Higer vai lançar um caminhão pesado, van e furgão elétricos no Brasil. Para isso, a companhia estará na Fenatran, que ocorre de 4 a 8 de novembro, no São Paulo Expo, em São Paulo, para apresentação dessas estreias.

 

Conforme o diretor para América Latina da Higer Bus, Marcelo Barella, o modelo que a companhia traz ao País tem PBT de 40 toneladas. Além do caminhão pesado, a empresa trará ainda duas opções de van de passageiros de 14+1 e 19+1 de capacidade e opção de furgões de carga de 3,5 e 5 t de Peso Bruto Total (PBT).

 

Na China, a Higer desenvolve ônibus elétricos desde 2004, mas a experiência com a produção desses veículos é mais antiga, desde 1998. Dos 330 mil modelos fabricados pelo gigante asiático, 55 mil foram ônibus elétricos.

 

Segundo Barella, há uma tendência na Ásia de as fabricantes de ônibus também produzirem caminhões. Assim, desde 2022 a empresa começou a fabricar os pesados. Para isso, conta no portfólio com modelos de 8 a 49 t de PBT, além de comerciais leves. No histórico, a empresa já produziu 2 mil caminhões a hidrogênio. “Escolhemos começar a oferecer no Brasil o caminhão pesado elétrico. No futuro acreditamos que esse mercado vai crescer, obviamente puxado pela tecnologia de hidrogênio. Nesse sentido, a Higer utiliza a tecnologia da Toyota”, diz o diretor da Tevx Higer.

 

Autonomia de 250 KM

 

O caminhão denominado Higer 49t 6×4 que a companhia trará à Fenatran é o elétrico a bateria equipado com um pacote de baterias de 423 kWh, o que garante autonomia de 250 km.

 

Os caminhões também chegam aptos para receber o sistema swapping de baterias. Ou seja, quando é possível fazer a troca do pacote por um novo, com baterias carregadas. A substituição ocorre em poucos minutos e atende operações em que no trajeto não há infraestrutura para carregamento.

 

Já com relação aos comerciais leves, também movidos a bateria, a autonomia dos modelos é, em média, entre 200 km e 250 km com baterias de 127 kWh e tempo de recarga de até 1 hora, a depender do tipo de carregador, suficiente para atender às demandas do transporte urbano.

 

Segundo a diretora de estratégia e vendas da Tevx Higer, Adriana Taqueti, os comerciais leves chegam com teto alto. O objetivo da marca é entregar sofisticação e conforto ao cliente, além de sistemas de segurança embarcados.

 

Tanto o caminhão como os furgões e as vans são equipados com baterias produzidas pela CATL, que são mais leves. Já o motor dos veículos é fabricado pela DANA.

 

Estratégias comerciais

 

A Tevx Higer está em conversas com transportadores e embarcadores interessados em fazer a descarbonização de suas frotas. No caso das vans e furgões, Adriana revela que há um mercado amplo.

 

Em se tratando de furgões, a executiva acredita que o ecommerce deve puxar a demanda pelos veículos da marca. Do mesmo modo, há conversas com algumas empresas do ramo. A diretora de estratégias e vendas lembra que a política de preços será bem competitiva e acredita também que companhias menores do ramo de e-commerce e do transporte de passageiros terão interesse no veículo.

 

Assim, a empresa vai ampliar parcerias com empresas de transformação de furgões e vans, um mercado em alta no Brasil, principalmente nas transformações de veículos para atender a área da saúde e segurança.

 

Nos caminhões, após o lançamento na Fenatran, os veículos vão passar por testes práticos com clientes. Mas a fabricante já trabalha no desenvolvimento da rede e de parceiros comerciais.

 

Protecionismo

 

Sobre o governo começar a taxar os veículos elétricos importados, Adriana reconhece que haverá impactos comerciais para as empresas que importam, como a Tevx Higer. Mas para investir na produção local, algo que está nos planos da Higer, é preciso ter um parque de componentes, como já ocorre com os veículos a diesel.

 

“Precisamos ter componentes de alta qualidade para atender os veículos elétricos. No Brasil tudo é novo. Porém, na Ásia, há um longo histórico de produção de elétricos. Por isso, estamos trazendo ao País um produto que traz o que há de mais moderno.”

 

“Precisamos ter componentes de alta qualidade para atender os elétricos. No Brasil tudo é novo. Na Ásia, porém, há um longo histórico de produção” Adriana Taqueti. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Andrea Ramos)