O Estado de S. Paulo/Jornal do Carro
Depois que o número de passageiros quase quadruplicou (de 36 mil para 130 mil/mês) com a implantação do modelo Tarifa Zero em 2019, Vargem Grande Paulista, município com pouco mais de 50 mil habitantes localizado na região metropolitana de São Paulo, precisou ampliar e renovar seus ônibus, passando de sete para 14 unidades.
Nesse processo, a cidade também ganhou três modelos elétricos, que agora integram a frota da Logitec, a operadora do transporte coletivo. “Os veículos vieram para ampliar a capacidade de atendimento e estabelecer um novo padrão de tecnologia nacional e sustentável, consolidando a cidade como um exemplo de inovação em mobilidade urbana”, explica o prefeito Josué Ramos (PL). “Primeiro, eles representam o primeiro passo para descarbonização e, segundo, porque são 100% brasileiros, com peças, engenharia, desenvolvimento 100% nacional.”
Os ônibus têm tecnologia de tração e integração Eletra, carroceria Caio e Millennium, motor elétrico e baterias WEG e chassis Mercedes-Benz, fabricados em São Bernardo do Campo (SP). Todos têm 12,1 metros de comprimento, piso baixo, capacidade para 70 passageiros e um cadeirante e autonomia de 200 km a 250 km, com recarga completa feita em quatro horas.
Após o início da Tarifa Zero, que também ajuda a tirar carros das ruas, a meta do município é acelerar o processo de descarbonização. “Uma frota inteira elétrica seria meu sonho de consumo, mas já demos o primeiro passo. Temos que pensar grande em termos de inovação, tecnologia, sustentabilidade e dignidade do usuário”, avalia.
Para ele, modelos elétricos são uma necessidade. “Fizemos um estudo, visitamos várias cidades depois de nos certificarmos sobre os modelos, os custos, as baterias e seu descarte, o retorno do investimento, a questão do carregamento e a infraestrutura para essa nova realidade”, conta.
Locação
A prefeitura estudou a compra, porém os R$ 3 milhões avaliados para cada ônibus não caberiam no orçamento. O modelo escolhido para os elétricos segue o sistema de locação (R$ 110 mil/mês), assim como acontece com os demais
veículos da frota movidos a diesel (R$ 70 mil/mês). A frota inteira absorve R$ 1,2 milhão/mês, com todos os custos já inclusos. “Optamos por empresas 100% nacionais para ter respostas rápidas e também esse tipo de contrato, que já engloba o veículo, mão de obra, manutenção, baterias e eventuais problemas”, diz Ramos.
Ele explica que o custo já faz parte do orçamento (4%), sem nenhum prejuízo para outras áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança. (O Estado de S. Paulo/Jornal do Carro/Patrícia Rodrigues)