O Estado de S. Paulo/Mobilidade
O carro elétrico (ou BEV, sigla em inglês para Veículo Elétrico a Bateria), atualmente, é considerado o futuro do transporte individual. Ele apresenta diversas vantagens em relação ao modelo com motor a combustão, como a emissão zero de gases poluentes.
“Os carros elétricos, em essência, são extremamente simples, e acho que esse é um de seus destaques”, explica Clemente Gauer, diretor de Assuntos Corporativos da Tupinambá Energia.
Embora eles já existissem antes da popularização dos veículos com motor a combustão, as baterias possuíam vida útil curta e pouca autonomia, e acabaram sendo deixados de lado. Graças ao avanço tecnológico, tornaram-se viáveis.
“A primeira mudança importante foi a química das baterias, hoje de lítio ? muito usado em laptops e celulares”, que concede aos carros autonomias próximas às de veículos a combustão?, diz Gauer.
Outra transformação significativa ocorreu no sistema de propulsão, atualmente feita com a corrente alternada: “Isso permite recuperar parte da energia gasta para movimentar o carro nas frenagens, por meio dos freios regenerativos”.
Estrutura simples
O carro elétrico, basicamente, possui a bateria, o inversor (responsável por converter a corrente contínua da bateria em alternada para alimentar o motor), o carregador embutido (possibilitando “alimentar” o carro em casa) e o motor.
Além disso, esse tipo de veículo possui cerca de dez partes móveis, enquanto o movido a combustão conta com milhares (pistões, bielas, virabrequim, válvulas, entre outras).
Experiência ao dirigir
O melhor do carro elétrico é a experiência ao dirigir, já que fornece uma resposta praticamente imediata quando o motorista pisa no acelerador. Mais: a potência está previamente disponível em sua totalidade. Ou seja, oferece arrancada instantânea.
“Isso ajuda muito na hora de realizar uma ultrapassagem ou quando você ingressar em uma via mais rápida, por exemplo”, diz Clemente Gauer.
Tirando o pé do freio
Muitos carros elétricos oferecem a opção conhecida como “condução de um pedal” (One Pedal Drive), que permite ao motorista dirigir no trânsito urbano sem ter de acionar o freio utilizado, então, apenas em situações mais extremas ou emergências.
Basta tirar o pé do acelerador para o carro começar a brecar e não apenas a perder velocidade, como em um modelo com motor a combustão, transformando a energia gerada pelas rodas e pelo calor dos freios em eletricidade, que é enviada para a bateria.
Embora possa parecer vantajoso, esse sistema requer uma reeducação em relação ao pedal de freio, o que incomoda muita gente. Alguns motoristas que adquirem o seu primeiro carro elétrico acabam não utilizando o recurso. Por isso, os modelos do grupo VW (Audi, Seat, Porsche, VW, etc.) nem oferecem essa opção.
Com o sistema de “um pedal” desativado ou sem ele, a operação de condução de um elétrico é similar à de um modelo com motor a combustão e câmbio automático, com a vantagem de não haver troca de marchas. Além disso, a experiência é mais silenciosa, limpa e econômica. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade)