Jornal do Carro
A Volkswagen já oferece no Brasil o ID.4, SUV que marca sua estreia no segmento de veículos 100% elétricos no País. Porém, não será fácil ver esse carro nas ruas, uma vez que ele não é vendido, mas disponível apenas por assinatura, no programa Sign and Drive.
Além disso, a mensalidade parte de R$ 9.990. Ou seja, no fim do plano de 24 meses, o consumidor terá pago quase R$ 240 mil, mas não poderá ficar com o carro.
Por isso, não causa estranheza que, no balanço de emplacamentos de elétricos de julho, o ID.4 tenha apenas 50 unidades. Para comparação, o Volvo XC40, que sai a R$ 329.950, soma 106 vendas no mesmo mês.
Seja como for, o SUV não tem semelhança com nenhum outro VW à venda no País. A carroceria tem linhas sinuosas. O objetivo é reduzir a resistência ao ar e, assim, garantir o menor consumo possível.
Da mesma forma, a cabine chama a atenção pelo visual minimalista. Há poucos botões físicos e o motorista deve focar duas telas. Uma, de 5 polegadas, faz as vezes de quadro de instrumentos e a outra, de 10”, é do sistema multimídia.
Os visores conversam entre si. Assim, dá para, por exemplo, colocar os dados de navegação (via Google Maps) no canto do quadro de instrumentos, para facilitar a leitura.
A abertura das portas é feita por aproximação e não é preciso dar partida. Após o motorista se sentar, o ID.4 já está pronto para sair, com tudo ligado. Até há um botão no lugar onde fica o de partida dos demais modelos da marca, mas, na prática, ele não é necessário.
Basta escolher o tipo de marcha (para frente ou ré) no seletor à direita do quadro de instrumentos e acelerar. Há também o modo “B”, de recuperação de energia, que permite dirigir com apenas um pedal. Ou seja, ao liberar o do acelerador, o sistema reduz bastante a velocidade. Isso, inclusive, poupa as pastilhas de freio.
O SUV tem motor elétrico no eixo traseiro que gera cerca de 204 cv de potência e torque instantâneo de 31,6 mkgf. O SUV arranca e retoma velocidade sem titubear. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 8,5 segundos, conforme a VW.
O número impressiona menos do que a sensação a bordo.
O ID.4 se mostra macio, agradável e silencioso, como é de praxe em veículos elétricos.
A suspensão garante conforto e permite passar sem problemas por lombadas e valetas. Um detalhe curioso é a linha de LEDs rente ao para-brisa, que se acende para avisar que o carro está engrenado ou que há algum obstáculo à frente.
Em movimento, o pacote de baterias, no assoalho, contribui para manter o carro firme no chão. Sua capacidade líquida, de 77 kWh, é suficiente para garantir autonomia de até 520 km na medição WLTP, que é o padrão mundial. Na metodologia do Inmetro, são até 370 km entre as recargas.
Seja como for, para quem roda entre 50 km e 100 km por dia não é preciso parar toda hora para recarregar. Sobretudo se o trajeto for urbano, em que o sistema de regeneração de energia é mais eficiente.
Em estação de 22 kW de potência, para repor até 80% das baterias são necessárias de 3,5 horas a 4 horas. Em quatro dias, rodamos cerca de 240 km e a carga não ficou abaixo de 70% em nenhum momento.
Na versão Pro, única disponível no Brasil, o ID.4 recebe os ocupantes com sofisticação. Há ar-condicionado de três zonas com ajuste independente para o banco de trás, forração de couro sintético com três cores, teto solar e bancos da frente com ajustes elétricos, memória e massageadores. O assento recua para facilitar o embarque e o desembarque.
Graças aos 2,76 metros de entre-eixos e o assoalho plano, o espaço interno é excelente para pernas e cabeças (1,61 m). Já o porta-malas, com 543 litros, torna o SUV ideal também para viagens em família.
Embora ainda seja um produto distante da maioria dos brasileiros, o ID.4 antecipa como serão os futuros carros elétricos de entrada da VW. A expectativa é de que esses modelos, mais simples, terão preço na faixa dos R$ 100 mil. (Jornal do Carro/Diogo de Oliveira)