O Estado de S. Paulo/Mobilidade
Quem está acostumado a usar transporte por aplicativo na cidade de São Paulo poderá se deparar, em alguma viagem, com o Renault Kwid E-tech. O modelo 100% elétrico faz parte de um projeto inédito voltado para a mobilidade elétrica, inaugurado em setembro de 2022. A iniciativa foi criada graças à parceria da Mobilize (marca da Renault dedicada à mobilidade), Zarp Localiza, Uber, Carrefour Property, Raízen (licenciada da Shell no Brasil) e Tupinambá.
Essas empresas criaram um ecossistema completo para atender os motoristas parceiros e passageiros. A Mobilize disponibilizou 80 Kwid elétricos, que estão rodando em São Paulo (confira mais detalhes na entrevista abaixo). Mais 120 unidades serão colocadas nas ruas ao longo do ano. Os carros foram adquiridos pela Zarp Localiza, que, ao lado da Uber, selecionou os motoristas.
A Raízen se encarrega da instalação dos postos de recarga, cuja gestão será feita pela Tupinambá. Dois lounges já estão funcionando em unidades Carrefour na capital paulista. Um na loja Giovanni Gronchi (Av. Alberto Augusto Alves, 50, Vila Andrade) e outro no híper Imigrantes (Rua Ribeiro de Lacerda, 940, Bosque da Saúde).
“Queremos ser facilitadores nas etapas de consumo, inclusive na conveniência de utilizar uma estação de recarga em um ambiente seguro, bem localizado e onde o cliente poderá aproveitar o tempo para fazer compras”, explica Patrícia Lima, gerente comercial do Carrefour Property.
Economia semanal
Cada lounge possui duas estações de carregamento ultrarrápidas de 24 kw e 30 kw de potência, poltronas, tomadas para carregar o celular e Wi-fi. A recarga é gratuita aos motoristas da Uber e clientes da Zarp Localiza, e custa R$ 1,90/ kwh aos demais usuários.
“O conhecimento sobre a mobilidade elétrica estava muito disperso. Agora, esse ecossistema reunirá as informações com mais eficiência”, afirma Rodrigo Bastos, diretor da Zarp Localiza. “A parceria de grandes players da mobilidade terá condições de avaliar o desempenho do carro e beneficiar o meio ambiente e o motorista, que poderá aumentar sua renda.”
De fato, o projeto vem mexendo com o bolso dos profissionais. Fábio Bordim foi um dos motoristas da Uber selecionados pelo projeto. “Dirigir o Kwid E-tech na minha jornada diária tem gerado uma economia semanal de R$ 350 a R$ 400, em comparação ao veículo com motor a combustão que eu tinha anteriormente”, conta.
Emissão zero até 2040
Marco Cruz, diretor de desenvolvimento de negócios da Uber, também aplaude a parceria. “O caminho da sustentabilidade é como um esporte coletivo. Atuamos com outras empresas para conquistar os objetivos em conjunto, em um trabalho de equipe.” Segundo Cruz, a Uber almeja zerar as emissões em suas operações no Brasil até 2040. “Isso significa que, desde já, precisamos fomentar iniciativas para a energia limpa que tragam mais carros elétricos à nossa plataforma.”
Para Ana Kira, gerente de mobilidade elétrica da Raízen, “o propósito da parceria é redefinir o futuro da energia no País, liderando a transição energética, além de contribur com a descarbonização do setor automotivo.” Ana revela que, até março, 35 postos de recarga estarão implantados pela Raízen.
Nesse contexto, o trabalho do motorista da Uber, na hora de recarregar, é muito simples. “Por meio de nosso app, os usuários encontram o lounge mais próximo, verificam a disponibilidade de uso, em tempo real, desbloqueiam o carregador e realizam o pagamento. É tudo fácil e rápido”, diz Gustavo Gontijo, diretor de marketing e vendas da Tupinambá. (O Estado de S. Paulo./Mobilidade/Mário Sérgio Venditti)