Jornal do Carro
A consultoria Mckinsey divulgou um estudo que mostra que os carros de aplicativos de corrida, como 99 e Uber, vão liderar a transição dos modelos a combustão para os elétricos no Brasil. Estima-se que a frota de veículos a baterias dos apps seja de 85% até 2040. O relatório também aponta que o País terá uma rede de recarga maior em 2025, com cerca de 12 mil eletropostos. Hoje, são cerca de 3.000 eletropostos, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Para acelerar esse crescimento, a Aliança pela Mobilidade Sustentável – grupo de 11 empresas liderado pela 99 – vai instalar 10 mil pontos públicos de carregamento até 2025 em todo o Brasil. Número, portanto, dentro das previsões da McKinsey.
Mais carros e menos gastos
A consultoria acredita que, em 2040, o Brasil terá uma frota circulante de 11 milhões de veículos eletrificados (elétricos e híbridos). Ou seja, o equivalente a 20% da frota circulante do País. Mas, para que isso se torne realidade, os motoristas de aplicativo precisarão se adequar (e consumir) o carro elétrico.
Mas nem tudo é o que parece. De acordo com reportagem do Estadão publicada neste mês, diversos motoristas de aplicativo enfrentam perrengues na hora de recarregar o carro elétrico. Profissionais ouvidos pelo jornal têm reclamado da demora nas filas dos eletropostos. Sem contar os problemas com pontos que não funcionam por defeito ou inatividade.
A reportagem apontou que há casos de motoristas de aplicativo que decidiram devolver o veículo elétrico que utilizavam e, assim, voltar para o carro a combustão. Entre os motivos, estão a perda de tempo e de dinheiro, afinal, enquanto parado, o motorista deixa de ganhar. Ou seja, os carros elétricos não funcionam tão bem na prática. As companhias querem operar com cerca de 500 veículos a baterias até o fim deste ano, mas, para isso, precisam de adeptos.
Para que os motoristas abracem a ideia, as empresas de apps de corridas batem na tecla do baixo custo de manutenção. Afinal, os veículos elétricos tem custo 80% menor que os tradicionais. Entretanto, cabe ressaltar, esses carros têm preços bem mais altos que os equivalentes a combustão. Enquanto um hatch com motor flex parte de aproximadamente R$ 70 mil (caso do Renault Kwid), um compacto elétrico não sai por menos de R$ 160 mil. Ou seja, mais que o dobro.
De acordo com o estudo, quem faz uso intenso do carro, reduz os custos de propriedade. A princípio, motoristas de aplicativo gastariam valores menores, justamente por rodarem mais. Nessa conta, o gasto com a aquisição do veículo é diluído em menos tempo. (Jornal do Carro/Vagner Aquino)