Veículos elétricos em expansão

O Estado de S. Paulo/Mobilidade 

 

O segmento de automóveis eletrificados ganhou grande impulso em 2021. De janeiro a dezembro, foram emplacados 34.990 veículos, expressivo aumento de 77%, em comparação ao ano anterior. O desempenho é resultado de uma série de lançamentos interessantes da indústria e, também, do avanço da infraestrutura de recarga, no Brasil. Desse volume de vendas, é verdade que apenas 2.851 unidades são de carros 100% elétricos.

 

Mesmo assim, os dirigentes das montadoras são unânimes em dizer que, com o tempo, os preços dos veículos movidos a bateria tendem a cair. “Trata-se de um mercado muito promissor, no País”, define Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil, que, em abril, lançou a nova geração do Zoe E-tech, um dos modelos mais vendidos na Europa.

 

O Zoe, porém, teve a companhia de vários novos concorrentes elétricos, que querem conquistar o consumidor brasileiro. Um dos lançamentos mais aguardados foi o Fiat 500e, o icônico subcompacto da marca italiana que recebeu motorização elétrica. O principal entrave é o preço, capaz de dar um choque no consumidor: R$ 249 mil. Até que a previsão dos executivos se confirme, os veículos elétricos ainda terão valores exorbitantes.

 

A Volvo é uma das fabricantes que mais investem em soluções e tecnologias para automóveis eletrificados e estuda bem o terreno onde pisa, antes de qualquer decisão. Ela já havia apresentado, no Brasil, o SUV XC40 híbrido, e, em setembro, lançou o modelo totalmente elétrico. “Vender carro elétrico, no Brasil, nos deixa em outro patamar”, afirma João Oliveira, diretor-geral de operações e inovações da Volvo Car Brasil.

 

Em 2019, a Toyota começou a oferecer o inédito Corolla híbrido flex, que ajudou o sedã a se consolidar ainda mais na liderança, em sua categoria. Em 2021, ela ampliou o portfólio com o Corolla Cross – configuração SUV do Corolla –, com propulsão elétrica e combustão a gasolina/ etanol. A montadora japonesa estuda cada passo, antes de lançar um carro elétrico. “Enquanto isso não acontece, estamos mostrando que o carro híbrido flex é totalmente viável”, diz Rafael Chang, presidente da Toyota no Brasil.

 

Aos poucos, todas as montadoras entram no tabuleiro da eletrificação, porque sabem que não dá para ficar fora desse jogo. A Kia é representada pelo híbrido Stonic, ao passo que a JAC Motors aposta tudo nos elétricos para tentar ganhar competitividade no País. Depois do SUV IEV40 e da picape IEV330P, ela ampliou sua oferta com os compactos E-JS1, o sedã E-J7 e o utilitário esportivo E-JS4.

 

E quem ainda não mergulhou a fundo na disputa se prepara para chegar com novidades em 2022. A General Motors, que adota a filosofia de não desenvolver híbridos, pretendia mostrar a nova geração do Bolt em 2021, mas o plano foi adiado para corrigir alguns detalhes do projeto. A gigante chinesa BYD marcará sua estreia, no Brasil, no mercado de automóveis de passeio. Recentemente, ela anunciou que lançará, no primeiro semestre deste ano, o Tan, utilitário esportivo de sete lugares.

 

Como parte do investimento de € 73 bilhões em projetos de automóveis eletrificados, a Volkswagen importará para o Brasil o ID.3 e o ID.4. Para Pablo Di Si, chairman executivo da Volkswagen América Latina, “os dois entregam o que existe de melhor e mais moderno em termos de eletrificação”.

 

Nos últimos anos, a Volks atualizou seu portfólio e iniciou a chamada “ofensiva SUV”, com as vindas de Nivus,t-cross e Taos. Agora, essa estratégia inclui o lançamento de modelos com motorização elétrica para tentar dominar o mercado nacional. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Mário Sérgio Venditti)