Blog do Ricardo Ribas
Tem se tornado cada vez mais comum falarmos de carros elétricos, já que o setor é a principal tendência do mercado automotivo no mundo. Porém, a eletromobilidade vai muito além dos carros e pode chegar no transporte público, frotas públicas e até mesmo no setor de turismo. Um exemplo claro disso está ocorrendo na COP26, em que os participantes utilizam, para a sua locomoção no local, os ônibus elétricos.
Para Rodrigo Aguiar, sócio fundador da Elev, empresa que apresenta soluções para o mercado de automóveis elétricos, o setor estatal pode ganhar muito com a utilização de veículos movidos pela eletricidade. “Quando falamos dos carros elétricos no setor público estamos falando de redução de custos para municípios e estados que, portanto, são sustentáveis, limpos e que têm um impacto menor no orçamento”, explica o executivo.
Por mais que pareça algo do futuro, essa realidade está muito próxima de nós. Desde janeiro deste ano, a cidade de Bogotá, capital da Colômbia, opera 100% da sua frota de ônibus utilizando modelos elétricos; o Chile já vem trabalhando neste sentido.
“É claro que precisamos avançar e tudo depende da característica de cada país. Mas este ano tivemos reais transformações no segmento, a Noruega, por exemplo, entre todos os lugares do mundo, é a mais avançada quando falamos disso. Hoje, mais de 50% dos veículos vendidos no país são elétricos”, afirma Rodrigo.
Municípios brasileiros estão avançando cada vez mais na eletrificação das frotas, como é o caso de São José dos Campos. A capital do Vale do Paraíba conta hoje com 30 carros elétricos que são utilizados pela Guarda Municipal. Em Petrópolis, no Rio de Janeiro, o passeio turístico utilizando charretes, que era realizado por meio da tração animal, será substituído por veículos elétricos.
Além desses avanços, outros setores também apresentaram veículos preparados para as mais diversas atividades. No início de novembro, a empresa brasileira Eletra apresentou o primeiro carro forte elétrico do mundo. “É válido considerar que, na opinião de inúmeros engenheiros do mundo, os modelos elétricos podem ter uma vida útil superior aos modelos de combustão, principalmente porque eles não sofrem com a carbonização e não sofrem com problemas gerados por atritos do motor. Quando falamos do setor estatal, devemos considerar que isto, em longo prazo, significa economia de dinheiro público”, defende Aguiar.
O executivo também esclarece que os veículos movidos a eletricidade têm menor demanda de manutenção, principalmente por suas características, que possuem muito menos peças (mais de 1.000 peças no carro a combustão e apenas 200 no carro elétrico) e não utilizam óleo ou líquidos em seu motor.
Se apenas existem benefícios, o que falta para o setor público ampliar a utilização da eletromobilidade? Para o executivo, ainda falta incentivo. “Nenhum segmento pode se estabelecer se não houver a estrutura necessária para o seu crescimento. Para que tenhamos essa economia, precisamos de ações públicas, principalmente da esfera federal, para que iniciativas de utilização de veículos elétricos possam se expandir em todo o território nacional. Hoje o veículo elétrico tem uma carga tributária maior que dos veículos a combustão”, completa. (Blog do Ricardo Ribas)