Notícias Automotivas/O Globo
O relógio da eletrificação já está girando faz tempo e o Brasil não tomou nenhuma atitude ao nível nacional para decidir o que fazer no futuro. Por isso, as montadoras estão ditando o que o país fará mais adiante.
Com o etanol disponível, a aposta é no combustível como alternativa para híbridos e células de combustível é o que a maioria aposta. Tendo feito um estudo em parceria com a Boston Consulting Group, a Anfavea já sabe o tamanho da conta desse processo.
Segundo o levantamento, a entidade que reúne as montadoras prevê um investimento de R$ 150 bilhões do setor automotivo em 15 anos, de modo a reduzir a emissão de gases poluentes que geram o efeito estufa, alertado pela ONU nessa semana.
Todo esse dinheiro será gasto com tecnologias para reduzir as emissões, como elétricos, híbridos flex, células de combustíveis, etanol, biogás, hidrogênio e biodiesel, envolvendo não só carros, mas também caminhões e ônibus.
Também será aplicado em parte na construção de fábricas de baterias e semicondutores. Mas, os fundos não virão apenas das montadoras, visto que o estudo também indica a necessidade de investimentos do setor de energia e do poder público.
Contudo, nesse último caso, é a falta de um plano nacional para o setor automotivo, com metas e exigências que os fabricantes precisariam cumprir, que deixa o futuro do Brasil incerto no processo mundial de eletrificação.
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, disse: “O que mais nos preocupa é a falta de visão enquanto país sobre o que queremos em termos de infraestrutura, energia, redução nas emissões de poluentes. Em outros países há metas de descarbonização definidas. Por aqui, há várias políticas públicas nos ministérios, que muitas vezes não se conversam, e alguns casos são até conflitantes em termos de prazos. E isso não depende do governo A ou B, mas é uma questão de Estado”. (Notícias Automotivas/O Globo)