Diário do Transporte
A General Motors (GM) está entrando no negócio de ônibus escolares. Mas atenção: isso nos Estados Unidos, onde a fabricante constrói uma nova plataforma para caminhões elétricos médios que pode ser usada para ônibus escolares e outros veículos de serviço, como caminhões caçamba.
A informação foi confirmada pela CEO da empresa, Mary Barra, nessa quarta-feira, 04 de agosto de 2021.
Ela informou que a montadora está desenvolvendo uma plataforma para caminhões elétricos de média carga, totalmente elétricos ou com célula de combustível de hidrogênio. Essa plataforma poderá ser usada para construir ônibus, guinchos e outros veículos de serviço.
Além disso, a GM vai produzir uma van elétrica com bateria de tamanho normal para a Chevrolet.
Mary Barra fez a declaração numa reunião com investidores durante uma teleconferência para apresentar resultados.
Ela informou que a GM vai manter crescente a participação no mercado de frota comercial, e prometeu compartilhar mais detalhes sobre esses produtos à medida que a pesquisa e criação dos modelos e plataformas avançar.
Barra não divulgou prazo nem detalhes sobre os veículos, mas a GM é a primeira das três grandes montadoras americanas a sair na frente no segmento de veículos comerciais elétricos.
Esses novos produtos fazem parte de um investimento da empresa para aumentar os gastos com veículos elétricos e autônomos em 30%, saltando para US$ 35 bilhões até 2025.
O caminhão médio será oferecido na versão elétrica com baterias Ultium Cells da GM e também células de combustível Hydrotec. A van, segundo Mary Barra, “superará as expectativas” de seus clientes que compraram pequenas vans da GM nos últimos anos.
A expectativa nos EUA é que o mercado comercial seja uma área de grande crescimento para Veículos Elétricos. E a GM não está sozinha: a Rivian, empresa com apoio da Amazon, faz parte desse esforço, ao lado de fabricantes automotivos tradicionais, como a Ford Motor e a Daimler, que anunciaram planos de entrar no segmento.
Por fim, Mary Barra garantiu que a falta de chips não atrasará a produção de veículos elétricos nos EUA.
Proterra
Interessante lembrar que a GM, em 2011, forneceu parte do capital em um investimento de risco conjunto de 30 milhões de dólares em uma empresa produtora de ônibus elétricos. A parte da GM foi de 6 milhões de dólares, e o interesse da fabricante era apoiar tecnologias que apoiassem a inovação na indústria de transporte global.
Por outro lado, é curioso ver hoje o interesse da GM em ônibus elétricos. Afinal, a montadora foi a principal força por trás de um esquema que comprava bondes elétricos nas cidades dos Estados Unidos para substituí-los por ônibus com motor de combustão interna.
Documentos da justiça americana mostram que em meados dos anos 1950, agentes da GM haviam comprado mais de mil bondes, substituindo 90% do total por ônibus fabricados pela empresa, movidos a combustível fóssil. (Diário do Transporte/Alexandre Pelegi)