Carro voador já tem comprador

O Estado de S. Paulo

 

Previsto para 2026, veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (evtol) da Embraer tem 200 unidades encomendadas.

 

Antes mesmo de ter seu projeto de “carro voador” completamente desenvolvido, a Embraer anunciou que recebeu uma encomenda para entregar 200 unidades do veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (ou evtol, na sigla em inglês, e como é chamado o “carro voador” no mercado aéreo). O anúncio fez as ações da fabricante brasileira de aeronaves, que ainda passa por um momento delicado (leia quadro), subirem 4,8% ontem na B3, a Bolsa paulista. O papel fechou negociado a R$ 18,10.

 

A encomenda – cujas entregas devem começar a ser feitas a partir de 2026 – faz parte de uma parceria da Embraer com a Halo, empresa que fornece serviços de helicópteros e mobilidade aérea urbana privada nos Estados Unidos e no Reino Unido. Do lado da Embraer, o negócio foi fechado pela Eve (braço da companhia brasileira criado para desenvolver o “carro voador”).

 

O acordo prevê também o desenvolvimento conjunto de um sistema de gestão de tráfego aéreo urbano e de operação de frotas. A ideia é que a parceria aumente a acessibilidade dos evtols, dado que as empresas poderão escalar as operações do veículo.

 

“Esta parceria é um passo importante para a Eve assumir sua posição como líder global na indústria de mobilidade aérea urbana”, afirmou, em nota, o presidente da companhia, Andre Stein. “Estamos confiantes de que este relacionamento mutuamente benéfico terá um impacto positivo para muitos usuários futuros e permitirá que ambas as empresas cresçam seus negócios de forma exponencial”, acrescentou.

 

Também em comunicado, Kenneth C. Ricci, diretor da Halo, afirmou acreditar que a “Eve está projetando uma aeronave que está bem-preparada para a certificação inicial e, além disso, (a Embraer) apresenta um histórico comprovado de produção.”

 

Projeto separado. Paralelamente, a Embraer trabalha no desenvolvimento de seu evtol em uma parceria com o aplicativo de transporte Uber, que pretende realizar voos os primeiros comerciais a partir de 2023. Esse prazo, no entanto, é considerado apertado por participantes do mercado.

 

Em todo o mundo, pelo menos 140 projetos de evtol estão sendo desenvolvidos atualmente. O setor aposta que o novo veículo transformará a aviação ao oferecer viagens mais baratas do que as de helicópteros.

 

A grande mudança tecnológica será que o evtol não precisará de pilotos e será elétrico. Por ser movido a bateria, não vai emitir poluentes e fará menos barulho do que os helicópteros comuns. (O Estado de S. Paulo/Luciana Dyniewicz)