O Estado de S. Paulo
A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do Brasil está entre as mais caras do mundo. Pesquisa feita pela Zuto, empresa britânica especializada em financiamento de automóveis, revelou que o País ocupa a oitava posição em um ranking de mais de 190 países. De acordo com o levantamento, no Brasil, o valor gasto varia entre R$ 800 e R$ 1.500. Para poder comparar os preços entre si, a Zuto padronizou a pesquisa em três moedas: libra esterlina, euro e dólar. Com base no estudo, no Brasil, o custo médio foi estabelecido em US$ 279.
No topo do ranking está a Croácia, onde a habilitação custa US$ 1.218. Na segunda posição aparece a Malásia (US$ 662), seguida por Andorra, em terceiro. Para obter a licença no pequeno principado europeu, é necessário desembolsar o equivalente a US$ 525.
Na outra ponta da tabela, a pesquisa mostrou que há nações em que a habilitação é praticamente de graça. Nesse caso, estão países africanos, caso da Tanzânia, onde a carteira custa o preço simbólico de US$ 1. Na vizinha Zâmbia, o preço sobe para US$ 4, e chega a US$ 9, em Botsuana.
Saindo do continente africano, também há lugares em que tirar a habilitação pode ser considerado uma pechincha. É o caso da Índia, onde o preço é o mesmo da Tanzânia (US$ 1).
Na maioria dos países, a habilitação é concedida a partir dos 18 anos, como no Brasil, mas há exceções. Na província de Alberta, no Canadá, jovens com 14 anos podem dirigir, na condição de aprendizes, desde que tenham o consentimento de pais ou responsáveis. A nação concede permissão a partir dos 16 anos. Os EUA adotam sistema semelhante. A maioria dos estados autoriza motoristas a partir dos 16, mas unidades federativas como Kansas e Idaho concedem autorização a jovens a partir dos 14 anos.
Vietnã tem teste mais longo
A prova teórica no Vietnã é a mais comprida do mundo. São 450 questões, número que contrasta com as 30 aplicadas no teste realizado no Brasil. Outra diferença muito grande entre o nosso País e outras nações está no índice de acertos para aprovação. Enquanto, aqui, exige-se, no mínimo, 21 (ou 70%) respostas corretas, no Cazaquistão e na Rússia, é necessário acertar, pelo menos, 95% da prova. No caso da Rússia, isso significa que se tolera apenas 1 questão errada das 20 aplicadas.
Confira outros países rigorosos na avaliação de candidatos a motorista:
Em algumas regiões da Austrália, são necessárias 120 horas de aula com um instrutor antes de realizar a prova prática.
Na China, o candidato deve memorizar 1.000 questões, das quais 100 cairão na prova teórica.
Em Cingapura, a prova teórica é composta de duas etapas, cada uma com 50 questões. Elas devem ser feitas em 50 minutos, cada uma.
Na Croácia, é preciso cumprir de 70 a 100 horas de direção antes da prova ao volante.
Alguns países não aplicam testes
Ao contrário do rigor de certas nações para concessão de habilitação, em algumas nações não é necessário fazer aulas teóricas. No Burundi, por exemplo, muitas pessoas dirigem sem licença e, mesmo os motoristas legalmente habilitados, não precisam fazer aulas teóricas e práticas.
Veja outros locais com regras brandas para se dirigir:
Honduras só recentemente instituiu prova teórica para qualificar motoristas, mas, por lá, não é necessário realizar exame prático.
Na Índia, a prova prática consiste em dirigir em linha reta, virar à esquerda e parar após cerca de 45 metros para aprovação.
No Egito, até recentemente, o teste consistia em dirigir para frente e para trás por 6 metros. A novidade por lá foi a inclusão de uma prova teórica com dez questões.
No Sudão do Sul, motoristas não precisam realizar testes práticos, desde que provem que são aptos a conduzir.
Curiosidades ao redor do mundo
Devido à geografia montanhosa do Lesoto, pequeno país incrustado na África do Sul, muitos alunos fazem aulas em veículos 4×4.
Na Líbia, durante o teste prático, o candidato é acompanhado, no carro, por um instrutor, um policial e um outro aluno.
Em Andorra, os testes práticos são realizados, apenas, às quartas-feiras, pela manhã.
No Cazaquistão, o aluno faz a prova prática sozinho no carro, que é monitorado por um computador. (O Estado de S. Paulo/Hairton Ponciano Voz)