UOL Economia/Agência AFP
As vendas de veículos elétricos dobraram e as de automóveis híbridos triplicaram em 2020 na Europa, superando um milhão de carros comercializados, cenário estimulado pelas medidas nacionais para superar a pandemia e limitar a mudança climática.
Um total de 538.772 carros elétricos foram vendidos no ano passado, sobretudo na Alemanha, França e Holanda, assim como 507.059 modelos híbridos plug-in, com uma aceleração no quarto trimestre, de acordo com os números divulgados nesta quinta-feira pela Associação de Montadoras Europeias de Automóveis (ACEA).
Apesar de a crise de saúde ter reduzido em 25% as vendas no mercado europeu, os veículos híbridos e os elétricos superaram pela primeira vez os modelos a diesel na Europa no quarto trimestre, com mais de 900.000 unidades vendidas.
“Após o efeito sem precedentes da covid-19 na venda de veículos, as medidas adotadas pelos governos para estimular a demanda foram direcionadas sobretudo para os veículos de energias alternativas”, destaca a ACEA.
Alemanha, Itália e França registraram uma explosão nas vendas de carros elétricos, que também levaram parte da cota de mercado dos modelos a gasolina.
No quarto trimestre, as vendas destes últimos recuaram 33,7%, a 1,2 milhão de unidades (40,6% da cota de mercado) e as vendas de carro a diesel retrocederam 23%, a 731.000 veículos (24,5%).
Os carros elétricos progrediram 216,9%, a 248.000 unidades; os híbridos plug-in 331%, a 227.000 unidades; os híbridos convencionais 104,7%, a 435.000; e as outras energias (etanol, gás natural), sobretudo vendidas na Itália, 19,6%, a 70.000.
Em 2020, os modelos a gasolina representaram 47% das ventas de carros utilitários, seguidos pelos automóveis a diesel (28%), híbridos (11,9%), elétricos e híbridos plug-in (10,5%) e outras energias (2,1%). Subsídios -As vendas na Europa decolaram graças aos esforços tanto na oferta como na demanda.
Os governos concederam bilhões de euros em subsídios para a compra de veículos mais ecológicos. A Alemanha, por exemplo, concedeu auxílios de até 9.000 euros e a França de até 12.000 euros.
Muitas pessoas precisaram comprar carros novos para continuar entrando nos centros das grandes metrópoles, depois que cidades como Bruxelas, Roma ou Paris proibiram o acesso a seus centros dos veículos mais poluentes ou se preparam para adotar a medida.
As montadoras lançaram novos modelos de veículos híbridos e elétricos, sobretudo para respeitar as normas europeias. As empresas precisam ficar abaixo de 95 gramas de CO2/km ou enfrentarão multas pesadas.
A alemã Volkswagen será uma das grandes vencedoras do mercado elétrico. Seu modelo ID3, lançado em setembro, já é o segundo veículo mais vendido na Europa, segundo a empresa especializada Jato Dynamics.
E poderia superar em 2021 o Zoé da Renault e o Tesla Model 3, que dominaram em 2020 o mercado europeu de carros elétricos. “A covid acelerou as coisas”, destaca Eric Esperance, da consultoria Roland Berger.
O analista afirma que os automóveis híbridos serão “uma solução transitória” até 2030, sobretudo para os usuários que precisam percorrer longas distâncias.
E depois, para ganhar mais clientes, os carros elétricos terão que reduzir os preços e mais pontos de recarga deverão ser disponibilizados. (UOL Economia/Agência AFP)