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Os carros híbridos plug-in está emitindo mais CO² do que o declarado oficialmente pelas montadoras, consistindo em um “desastre ambiental”. Esta foi a conclusão de um estudo encomendado pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E, na sigla em inglês), divulgado na última segunda-feira (23).
Na pesquisa, foram realizados testes em condições reais nos três veículos híbridos elétricos plug-in (PHEVs) mais vendidos da Europa em 2019: BMW X5, Volvo XC60 e Mitsubishi Outlander. Estas versões trazem um motor a combustão associado a outro movido a eletricidade.
Conforme os dados do estudo, os modelos emitem de 28% a 89% mais poluição do que o anunciado oficialmente, mesmo quando utilizados com a bateria totalmente carregada, em condições ideais. Rodando no modo convencional, alimentados pela gasolina, eles emitiram de três a oito vezes mais.
E a situação pode ficar ainda mais crítica quando os carros são conduzidos no modo de carregamento de bateria, algo frequente quando os motoristas estão em zonas urbanas de emissões reduzidas, segundo a federação. Neste caso, eles chegam a emitir até 12 vezes mais do que o indicado nos testes das montadoras.
Entidade pede fim dos incentivos fiscais aos híbridos
Uma das premissas do estudo era verificar se os valores informados pelas fabricantes correspondiam aos padrões de CO² exigidos pela União Europeia ou se serviam apenas como um truque, para enquadrar os automóveis nos requisitos legais.
Com base nos resultados da pesquisa, a associação informou que vai pedir o fim dos benefícios fiscais e subsídios oferecidos pelos governos para a compra destes veículos.
“Os híbridos plug-in são carros elétricos falsos, construídos para testes de laboratório e incentivos fiscais, não para dirigir de verdade. Nossos testes mostram que mesmo em condições ideais, com bateria cheia, os carros poluem mais do que o anunciado”, concluiu a diretora sênior de veículos limpos da T&E Julia Poliscanova. (TecMundo/André Luiz Dias Gonçalves)