O Estado de S. Paulo
A startup de bicicletas compartilhadas Tembici anuncia hoje um aporte de US$ 47 milhões, liderado pelos fundos Valor Capital e Redpoint eVentures. A rodada também contou com a participação do IFC, braço de investimentos do Banco Mundial – é a primeira vez que o grupo investe em uma startup de mobilidade. A empresa oferece aluguel de bicicletas em estações em diversas cidades na América Latina, com auxílio de parceiros como o Itaú. A empresa organiza, por exemplo, o Bike Sampa, em São Paulo.
“O aporte vem para consolidar algo que acreditamos: a bicicleta é o transporte do futuro, ainda mais em um contexto pós-pandemia. Várias cidades e países estão incentivando o uso do veículo no retorno às atividades, para evitar aglomerações e por sua natureza limpa”, diz Tomás Martins, cofundador e CEO da Tembici.
Segundo ele, a Tembici está intensificando suas atividades de higienização em meio à pandemia de coronavírus para aumentar a segurança das magrelas. “É um negócio que pode ter uma queda durante a quarentena, mas vai surpreender com o aumento de uso com o retorno das atividades”, afirma Romero Rodrigues, sócio do Redpoint eVentures.
Com os recursos do aporte, a Tembici pretende investir em três diferentes metas: aumentar o número de veículos nas cidades em que já atua, chegar a novas cidades no continente e também iniciar o uso de bicicletas elétricas. Hoje, a empresa tem 16 mil bikes, realizando uma média de 80 mil viagens por dia. Além disso, contabiliza 800 colaboradores, sendo 250 nas áreas de tecnologia, atendimento e administração – os outros cuidam da operação e manutenção dos veículos.
Criada em 2010, a Tembici tem uma trajetória de crescimento mais estável que a de outras empresas de micromobilidade. Rivais como a Grow e a americana Lime, que apostaram numa expansão rápida e
nos patinetes elétricos, tiveram problemas com o modelo de negócios e a aceitação pelos usuários. Acabaram reduzindo ou fechando operações. Para Martins, é uma questão de visão de longo
“As pessoas usam carro há décadas. Mudar hábitos não é rápido”, Tomás Martins presidente executivo da Tembici. “As pessoas são incentivadas a usar carros há muitas décadas. Mudar o hábito e usar uma bicicleta não é algo rápido”, afirma o empreendedor. (O Estado de S. Paulo)