Emissões de gás carbônico têm a maior alta em sete anos em todo mundo, diz relatório internacional

Diário do Transporte

 

As emissões de CO2 no planeta tiveram a maior alta nos últimos sete anos em 2018, dado que pode ser considerado alarmante e comprometer até mesmo o Acordo de Paris, em 2015, que tem o objetivo de frear o aquecimento global, limitando-o a dois graus ou 1,5 grau acima do nível anterior à Revolução Industrial.

 

A conclusão é de um relatório divulgado na terça-feira, 11 de junho de 2019, pela gigante petrolífera britânica BP.

 

As emissões deste tipo de poluente, segundo o levantamento, cresceram em 2018, 2% em todo o planeta, o maior nível desde 2010-2011. No período entre 2011 e 2018, as emissões cresciam em ritmo menor ou mesmo se estagnaram.

 

O economista-chefe da BP, Spencer Dale, disse à agência internacional France Presse, que a sociedade cobra uma qualidade do ar melhor, mas até agora, as ações são aquém do necessário.

 

“Há uma lacuna crescente entre a demanda por ações contra as mudanças climáticas em nossas sociedades e o progresso feito nessa área, com a demanda de energia e as emissões de carbono no seu nível mais alto em anos”.

 

Segundo o grupo econômico, quanto mais tardias forem as ações para reverter o quadro de emissões, mais cara e difícil será a solução do problema.

 

O levantamento diz que especialistas da ONU – Organização das Nações Unidas afirmam ser possível cumprir as metas do Acordo de Paris desde que haja mudanças de hábitos de consumo, de sistemas de energia e redes de transportes.

 

Em estudos anteriores, a ONU diz que nas cidades a prioridade deve ser para o transporte público de média e alta capacidade conjugados.

 

Preferencialmente devem ser implantados veículos menos poluentes, como ônibus elétricos à bateria, trólebus e gás natural, que devem formar rede com trens e metrôs.

 

O Diário do Transporte teve acesso ao relatório que mostra que no Brasil, em 2018, houve redução de 3,5% das emissões de CO2, mas no período entre 2007 e 2017, o País acumula alta de 2,5%.

 

Os dados mostram que o Brasil é o país que mais emite gás carbônico na América Latina.  Em 2018, foram 420,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

 

Na conclusão do estudo, Spencer disse que os resultados do ano passado “soam mais um alerta que o mundo está em um caminho insustentável”.

 

O relatório mostra ainda que a demanda mundial por energia subiu 2,9% em 2018. O consumo e produção de energias renováveis aumentaram 14,5%, nível quase igual ao recorde de 2017. Entretanto, as energias renováveis só respondem por um terço do aumento total da demanda.

 

A procura por gás natural cresceu 5% em 2018, estando entre as maiores taxas dos últimos 30 anos, mas o consumo de carvão cresceu 1,4% e a produção, 4,3%. (Diário do Transporte/Adamo Bazani)