Frota & Cia
Profissionais do Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em parceria com a empresa Bioware, desenvolveram um projeto que estuda a produção de bio-óleo a partir da pirólise de resíduos sólidos urbanos (RSU). Assim, resíduos alimentares, papel, papelão e plástico foram utilizados em escala laboratorial. Dessa forma é possível estudar o processo a partir da variação da fração dos materiais pirolisados e conhecer a composição e as características dos óleos obtidos.
A pirólise consiste na transformação termoquímica de compostos orgânicos, como biomassa e RSU, em outras substâncias. Em virtude do aquecimento na ausência de oxigênio, e é hoje uma das opções consideradas para o tratamento de resíduos. Marcelo Aparecido Mendonça, chefe do laboratório e um dos coordenadores do projeto, explica que os materiais foram utilizados primeiramente isolados. Posteriormente, misturados entre si para processamento no reator. Ao todo, foram feitos 27 processos diferentes.
“O resíduo sólido urbano é muito heterogêneo no Brasil. A ideia foi entender qual a qualidade do bio-óleo obtido a partir de cada composição dos resíduos e suas misturas. Também conseguimos criar uma equação para estimar o rendimento. Bem como o potencial energético do óleo a partir das porcentagens dos resíduos na mistura pirolisada, pensando em eficiência de processo”, explica Mendonça.
Cada amostra de bio-óleo passou por uma caracterização ao final do processo. Considerando diversos parâmetros, que servem sobretudo para estabelecer comparações com os óleos já existentes no mercado. A pirólise do polipropileno e do poliestireno, dois tipos de plástico, produziu óleos com maior potencial energético. Por serem derivados do petróleo, as características foram semelhantes às de um combustível automotivo. A utilização do poliestireno junto a outros tipos de resíduo – como papel e papelão – também aumentou a qualidade do bio-óleo produzido. (Frota & Cia/Ingrid Alves)