Volkswagen recompra carros de consumidores para destruí-los

O Estado de S. Paulo

 

A Volkswagen inicia nesta sexta-feira, 1º, um recall inédito no Brasil. A montadora vai recolher 194 carros que foram vendidos inadequadamente entre 2008 e 2018. A empresa vai pagar aos proprietários o valor da tabela Fipe (referência no mercado para preços de veículos usados) e destruí-los.

 

Ação semelhante foi anunciada na Europa, Estados Unidos e outros países em dezembro, quando foi feita convocação de 6,7 mil veículos pré-série que foram comercializados como se fossem carros comuns, de produção. Por normas das fabricantes, esses veículos costumam ser destruídos pois são modelos de testes fabricados antes do início da produção em série, quando já passaram por todas as certificações obrigatórias.

 

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 30, a Volkswagen informa que os veículos foram montados sem registro de liberação – uma espécie de currículo de cada produto contendo dados e numerações de todos os componentes e materiais usados na produção.

 

“Devido à falta de documentação técnica interna de montagem do veículo, não é possível assegurar que as 194 unidades em questão atendam aos padrões e regulamentos exigidos”, diz o anúncio do recall.

 

Segundo a fabricante, “há riscos de possível falha de funcionamento de componentes e sistemas com risco de acidentes”. Como a empresa não tem condições de verificar se há de fato defeito em algum componente, a alternativa é recolher o veículo e destruí-lo.

 

Estão envolvidos no recall os modelos importados Touareg, CC, Passat, Passat Variant, Tiguan e os nacionais Golf, up!, Fox, Cross Fox, Saveiro, Polo, Polo Sedan, Gol, Parati e Voyage. Veja aqui se seu carro foi incluído no recall.

 

A empresa informou que nesses 11 anos produziu cerca de 7 milhões de veículos e a falta de documentação técnica foi identificada apenas nas unidades que serão compradas dos proprietários agora.

 

No Brasil será pago o valor de 100% da tabela Fipe. O proprietário que não quiser entregar o carro terá de assinar um termo de responsabilidade. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)