O Dia
A ausência do ronco do motor foi a primeira diferença substancial entre o ônibus comum e o elétrico notada por Claudio Queiroz, 44 anos, motorista escolhido para conduzir por um mês, a partir da próxima segunda-feira, o primeiro coletivo movido a eletricidade do Rio, apresentado ontem pela Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado). Por ora, é apenas um. Mas 400 ônibus devem estar em circulação no estado até o final do ano, segundo a fabricante chinesa BYD.
“Praticamente não há ruído interno, o que ajuda a reduzir o estresse. E, claro, ele não polui, o que é o mais importante”, disse Claudio, motorista há 12 anos, selecionado pelo currículo sem acidentes e por ser conhecido pelo respeito aos usuários.
O veículo vai fazer o trajeto normal da linha 249 (Água Santa – Carioca), de segunda a sexta-feira, cobrando a mesma tarifa (R$ 3) dos ônibus municipais comuns e admitindo o bilhete único.
Estão previstas três viagens pela manhã e duas à tarde, com um intervalo para recarregar parcialmente as três baterias. À noite, no retorno à garagem, o ônibus recebe a carga total de eletricidade, executada durante cinco horas. A velocidade máxima é de 70 km/h.
De acordo com a BYD, o ônibus, que é movido exclusivamente a eletricidade, tem autonomia para circular por 250 quilômetros – o trajeto entre Água Santa e o Centro possui 34 km.
Embora o primeiro veículo a circular no Rio de Janeiro não tenha ar-condicionado, a filial brasileira da BYD promete que os próximos serão refrigerados.
Táxi elétrico sai por R$ 200 mil
A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) informou ontem que não concede incentivos fiscais ou outras vantagens para quem pretende adquirir um táxi elétrico. O Nissan Leaf, único modelo disponível no mercado nacional, custa em torno de R$ 200 mil.
Não há, porém, restrições de ordem pessoal para a compra. Hoje, circulam na cidade 15 amarelinhos elétricos, maior frota do tipo no Brasil e a segunda do mundo, atrás do México, com 50 carros, segundo a SMTR.
Os táxis que não emitem poluentes trafegam nos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim, no Centro, Barra e Zona Sul. Os dois primeiros começaram a rodar há um ano, saindo do Santos Dumont.
O carro tem autonomia de 160 km e pode ser recarregado em carregadores caseiros, em até quatro horas. (O Dia/Paulo Maurício Costa)