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Quem passa horas no trânsito sabe que os engarrafamentos não são o único problema da mobilidade no Brasil. Junto com eles vem a instabilidade do preço dos combustíveis, que pesa no orçamento. Some a isso o impacto ambiental: todos os dias toneladas de gases poluentes são lançadas no ar. Repensar os meios de locomoção é uma necessidade urgente.
A equação não é simples. Falar em mobilidade é falar de planejamento urbano e em conscientização de toda a sociedade. Mas a indústria automobilística tem feito a sua parte e trabalha com foco no desenvolvimento de veículos mais sustentáveis. Um assunto complexo, que envolve tecnologia, criatividade e investimentos públicos e privados – a boa notícia é que tudo isso já faz parte dos estudos em centros de inovação da indústria por todo o país. E como inovação é um dos pilares do Sistema Fiep, a já dá os primeiros passos rumo à transformação do setor: em 2017, inaugurou o Centro de Tecnologia de Veículos Híbridos e Elétricos.
A iniciativa é pioneira no país. Rafael Cury, gerente da unidade Campus da Indústria do Sistema Fiep, onde está localizado, destaca que o Paraná tem o primeiro centro de tecnologia que prepara profissionais para a indústria automobilística do futuro. “Mostramos ao mercado que já há espaço e know how dedicados ao desenvolvimento e validação de tecnologias de mobilidade, tudo adequado ao cenário brasileiro. Nosso objetivo é fortalecer o setor e catalisar a adoção das tecnologias relacionadas aos veículos híbridos e elétricos”, aponta Cury.
Paraná é polo do mercado automotivo
Segundo dados do Caged, o Paraná não é destaque somente em produção automotiva. Em 2017, o estado foi responsável por 29% das contratações do setor em todo o país. Levantamento feito pelo Sistema Fiep mostra que a cadeia automotiva paranaense conta com 552 empresas e gera mais de 25 mil empregos.
“O Sistema Fiep está conectado às tendências de mercado e no tema dos veículos híbridos não é diferente. O Paraná é um polo do mercado automotivo e a tendência da substituição dos combustíveis fósseis é uma realidade nos mercados norte americano, europeu, chinês e japonês. Salvo a vocação do Brasil com o etanol, o mercado nacional possui uma participação muito pequena de veículos elétricos ou mesmo híbridos conjugados com baterias”, destaca Rafael Cury. Agora é hora de pensar este cenário a longo prazo.
Centro de formação prepara profissionais para a nova indústria de veículos
Entre os focos do Centro de Tecnologia de Veículos Híbridos e Elétricos do Sistema Fiep está a profissionalização de quem deseja trabalhar na indústria automotiva do futuro. Cury conta que são mais de 1.000 m², com oito laboratórios dedicados e integrados: “contemplamos as áreas de eletrificação veicular, baterias de tração, eletromecânica e manutenção em veículos híbridos e elétricos e interconectividade veicular. Atenderemos tanto a parte de educação profissional quanto a de serviços de tecnologia e inovação. Na área de educação, teremos capacidade de ofertar uma vasta gama de cursos de curta, média e longa duração – tanto nos níveis do Técnico quanto em Graduação e Pós-Graduação”, detalha.
A primeira turma da especialização em Engenharia de Veículos Híbridos e Elétricos começou em março deste ano. O curso tem duração de 18 meses, com 360 horas de aulas teóricas e práticas e deve atender uma demanda cada vez maior da indústria automotiva. “A expectativa de produzir veículos mais adequados às novas necessidades de mobilidade é elevada. Há novos regimes de benefícios para o setor automotivo com a Rota 2030, divulgada em julho”. A Rota 2030 foi divulgado em 6 de julho e deve vigorar pelos próximos 15 anos, com incentivos fiscais, redução do consumo médio de combustível e redução de IPI para veículos elétricos e híbridos.
Para o Sistema Fiep, o centro de formação na área é um voto de confiança à capacidade de retomada e crescimento do país. “Somos parceiros neste novo paradigma da indústria. O Senai no Paraná teve um papel fundamental na instalação da indústria automotiva no Estado e manterá em sua missão de promover o desenvolvimento de tecnologias e a formação de profissionais para a indústria brasileira”, conclui Cury. (Portal G1)