O Estado de S. Paulo
Em nova tentativa de convencer donos de veículos equipados com os chamados “airbags mortais”, a Honda coloca esta semana nas ruas de Belo Horizonte e Contagem (MG) 15 consultores para localizarem carros que não foram levados às revendas para consertar o defeito.
Nos últimos cinco anos, a montadora fez no País recall de 871.320 veículos equipados com airbags da Takata. Até agora, só 37% passaram pelo reparo. O defeito pode fazer com que a bolsa solte estilhaços de metal durante a deflagração. Incluindo todas as marcas, foram mais de 3 milhões de convocações no País. O problema envolveu veículos de vários países e 22 pessoas morreram, nenhuma delas no Brasil.
Trata-se de ação piloto que poderá ser adotada em outras cidades, informa a Honda. Os consultores circularão por locais de grande movimento, como shopping centers e postos de combustível, e vão identificar, pela placa, se o carro está envolvido no recall e ainda não teve o reparo realizado. O motorista será abordado, receberá explicações sobre os riscos e poderá agendar a visita ao concessionário.
A montadora já fez outras ações que ajudaram a localizar proprietários e a aumentar o número de consertos, como parceria com seguradoras e empresas de cobrança automática de pedágio em 2016, parceria com o Detran paulista em 2017, além de campanha em TV aberta sobre a necessidade do atendimento ao recall.
A FCA Fiat Chrysler também fez parceria similar com o Detran de São Paulo, Estado com o maior número de compradores de automóveis.
No geral, os índices de atendimento a recalls no Brasil são baixos, na casa dos 50%, segundo órgãos de defesa do consumidor. Neste ano já foram convocados 714.265 automóveis e motos por diferentes defeitos de fabricação. Em igual período de 2017 foram 1,151 milhão de unidades. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)