AutoIndústria
Fraude de manipulação no controle de emissão de poluentes nos carros a diesel tem mais um capítulo. O Grupo Daimler está sendo obrigado pelo governo alemão a realizar recall em 774.000 veículos na Europa para atualizar o software, especialmente dos motores dos modelos Mercedes-Benz Vito, Classe C e GLC.
A determinação partiu do Ministério do Transporte, em comunicado assinado pelo ministro Andreas Scheuer, após reunião com o CEO da Daimler, Dieter Zetsche, pela segunda vez em duas semanas. O governo está “ordenando o imediato recall em virtude dos dispositivos ilegais de desligamento”, diz a nota oficial.
Segundo as agências de notícias internacionais, apesar de ser um revés para uma empresa que tem negado de maneira veemente qualquer tipo de fraude, a reprogramação do software mostra que a Daimler provavelmente escapou de medidas bem mais severas como multas bilionárias ou mesmo a correção do hardware, no caso os motores. A imprensa alemã disse que após o anúncio, Zetsche se limitou a dizer aos repórteres que as negociações com o governo foram “construtivas”.
O recall da Daimler surge quase três anos depois do escândalo do Dieselgate protagonizado pela Volkswagen. Mas diferentemente da Daimler, que rejeita as irregularidades, a montadora de Wolfsburg admitiu enganar os testes oficiais de emissões e enfrenta custos superiores a € 26 bilhões em multas, recompras e compensações no mundo todo.
Analista da agência de consultoria Evercore ISI, de Londres, Arndt Ellinghorst, em entrevista para a Automotive News Europa, estima que o recall custará ao Grupo Daimler em torno de € 100 milhões. “Com o recall, as multas estão fora de mesa”.
Anteriormente, em reportagem na revista alemã Der Spiegel, o próprio ministro Andreas Scheuer chegou a ameaçar a Daimler com multas relacionadas às emissões de poluentes em motores a diesel de € 3,75 bilhões. (AutoIndústria)