Bem Paraná/Folhapress
O Ministério dos Transportes da Alemanha ordenou ontem, a retirada de 238 mil carros da fabricante Daimler (dona da Mercedes-Benz), por causa de software que mascara o volume de emissão de poluentes.
O jornal alemão Bild am Sonntag disse, em reportagem desta segunda, que até 1 milhão de carros da montadora Daimler podem estar emitindo excesso de poluição sem que isso seja detectado.
Após a publicação da reportagem, o presidente-executivo da Daimler, Dieter Zetsch, se reuniu por duas horas com o ministro do transportes da Alemanha.
O erro nos programas foi descoberto pela KBA (autoridade de transportes automotivos do país). A entidade disse que tais dispositivos eram “inadmissíveis” nos motores Mercedes-Benz.
Fabricantes de automóveis usam programas de computador para gerenciar a filtragem de emissões e o desempenho do motor. O funcionamento do programa pode ser considerado ilegal se os sistemas de filtragem de exaustão forem desativados cedo demais ou sem motivo.
A Daimler confirmou o recall após a reunião. Zetsch também disse que está cooperando de forma transparente com a KBA e com o Ministério de Transportes da Alemanha.
Elżbieta Bieńkowska, comissária da Indústria da Europa, afirmou pelo Twitter que todos os 28 estados membros da União Europeia deveriam emitir recalls obrigatórios, o que levaria o total a 774 mil veículos. “O escândalo do diesel ainda não acabou”, acrescentou ela. “Está na hora de progredir nos carros com emissão zero”.
Os principais modelos afetados são as versões a diesel da van Vito, da Mercedes-Benz, a Mercedes C-Class, e as SUV das classes GLC e C. Cerca de 238 mil desses carros circulam na Alemanha.
A Daimler, como outros fabricantes de carros, usa líquidos de nitrato de ureia para neutralizar as emissões de óxido de nitrogênio nos gases de escapamento. No entanto, a autoridade de veículos automotivos da Alemanha, a KBA, questionou os recursos de controle de emissões em meio a suspeitas de que eles permitem que os veículos emitam excesso de poluição sem detecção.
O escândalo de emissões ronda a indústria automobilística alemã desde setembro de 2015, quando a Volkswagen admitiu usar um software que pode dizer quando um veículo a diesel é testado e temporariamente reduzir suas emissões tóxicas para aprovar as regulamentações dos Estados Unidos.
O escândalo do “dieselgate” custou à Volkswagen cerca de US$ 30 bilhões em multas e outros custos. (Bem Paraná/Folhapress)