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Depois da produção de energia elétrica, a partir do aproveitamento do bagaço de cana, as empresas do setor sucroenergético agora querem tornar suas frotas de veículos autossuficientes. Isso poderá ser conseguido através da produção de biometano, biocombustivel obtido da geração e purificação do biogás resultante da biodigestão da vinhaça e de outros subprodutos da cana, que poderá substituir o diesel em parte do maquinário agrícola das usinas.
Para Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da Unica, que reúne os produtores de cana-de-Açúcar, a independência do produtor em relação ao derivado do petróleo, com redução significativa do custo de produção e menor emissão de poluentes, é um fator que joga cada vez mais a favor do novo biocombustível no Brasil. “Apesar de conhecer o processo de conversão da vinhaça em biometano, o segmento canavieiro passou a considerar essa alternativa energética com mais interesse somente há poucos anos, inicialmente como complemento energético para os processos industriais.
Atualmente, vislumbra a possibilidade de que se viabilize o seu uso como “carburante em máquinas agrícolas e veículos pesados com motor diesel”, explica o executivo. A iniciativa tem o apoio do governo, que já anunciou medidas para garantir a expansão das energias renováveis na matriz energética do país, em especial no segmento de transportes.
De acordo com o consultor Ambiental e de Recursos Hídricos da entidade, André Elia Neto, a abundância de vinhaça no setor sucroenergético pode ser um diferencial para o crescimento da oferta de biogás e biometano no País. “Temos vastas quantidades de vinhaça produzidas diariamente pelas usinas, que além de usarem este subproduto como fertilizante natural nos canaviais, podem transformá-lo em eletricidade e/ou num combustível renovável com a mesma especificação físico-química do gás natural fóssil, e com a vantagem de ser ambientalmente correto”, enfatiza. (Portal Unica)