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João de Almeida Neto, Tiago Flores e Sérgio Rojas. Imagem: Fernanda Chemale

Música gauchesca, nativista, pampeana, gaudéria… vários adjetivos para expressar a mesma tradição: o cultivo – forte como o bom e amargo chimarrão – que o gaúcho tem pela sua excelente música regional.

No palco, dois dos mais importantes músicos gaudérios dos pampas: o cantor e compositor João de Almeida Neto – astro do regionalismo gaúcho e vencedor de vários festivais regionalistas – e Sérgio Rojas, outro legítimo guapo da música pampeana. Pois tal encontro transformou o palco do Salão de Atos da Ufrgs numa querência daquelas. Ali, aconteceu o feliz casamento da gaita com a Orquestra de Câmera da Ulbra.

O show começou com “Tema de Nina Leonor”, executada com brilhantismo pela orquestra e Sérgio Rojas – a música instrumental deixou um clima de suspense no ar e um silêncio absoluto. Em seguida, um sucesso dos Festivais da Canção Nativa do Rio Grande do Sul, “Temporal”, com uma belíssima letra de Sérgio em parceria com o poeta de Uruguaiana, Colmar Duarte.

A terceira canção, “Caminhada”, dos mesmos autores, foi a mais premiada das Califórnias da Canção Nativa, aplaudida com entusiasmo pelo público, que assistia um Sérgio Rojas emocionado. A quarta música, “Canto e reflexão para a província”, foi a vencedora da 26º Callenda de Ouro da Califórnia da Canção e foi a favorita de Sérgio Rojas, conforme ele mesmo comentou no final do espetáculo.

Em seguida, “Energia reflexiva sobre o homem e seu pequeno contrabando”, composta em parceria com Jaime Vaz Brasil. Após, “La Española”, sucesso de Sérgio que entrou no repertório do show por um especial pedido do maestro Tiago Flores.

Era a vez de João de Almeida Neto subir ao palco. Aplaudido com entusiasmo, iniciou com “Palavra de cantor”, seguida por “Ave Maria Pampiana”, uma prece bonita escrita por Ubirajara Constant. Em seguida, um dos seus maiores sucessos, “Nova trilha”, com o lindo refrão “um dia deixei o campo/ porque o campo me deixou/ no pasto perdi o rastro/ que o vento norte apagou”. Aplaudidíssimo, ele iniciou “Chuva de verão”, e em seguida interpretou outro sucesso do nativismo gaúcho composto por ele, “Vozes rurais”.

A música seguinte, a irreverente “Definição do grito”, foi acompanhada com palmas pela platéia, que vibrou a cada nota do acordeon. Foi aclamado de pé pelo público.

Para a última música, subiu ao palco novamente Sérgio Rojas, para entoar “Los Hermanos”, de Atahualpa Ypanqui, não sem antes falar em como a amizade pode mudar vidas.

Música e amizade: uma das mais belas combinações. Neste caso, foi o público que ganhou.

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