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Capa do disco Imagem: Divulgação

O cantor e compositor canadense Neil Young é um homem de alma dividida. Por um lado, ele mantém sua verve folk e lança discos acústicos com a banda de apoio Stray Gators. De outro, lança discos de rock considerados precursores do punk e do grunge, com sua outra banda de apoio, o Crazy Horse.

Com quarenta anos de carreira, Neil já passeou por várias vertentes do rock, e lançou 30 discos de músicas inéditas, mais 8 de canções ao vivo e 4 trilhas sonoras. Neste ano, Neil está se preparando para lançar o “Neil Young – The Archives”, uma espécie de antologia da sua obra, com ênfase em músicas inéditas que ficaram pelo caminho. Serão 8 CDs, 2 DVDs e um livro de 150 páginas de Neil Young inédito, ao vivo, em filme, em letras.

Como uma espécie de preparação para o lançamento da antologia, sua gravadora lançou em CD (e DVD, em alguns países) dois discos ao vivo de Neil. O primeiro é o Live at Fillmore East, que foi gravado em 1970; e o segundo é o Live at Massey Hall, gravado no Canadá (terra natal de Neil), em 19 de janeiro de 1971.

Neil: apenas um garoto Imagem: Divulgação
Neil: apenas um garoto
Imagem: Divulgação

Neste último, o show foi composto por 18 canções – das quais apenas 8 eram conhecidas pelo público – entre elas, “Cowgirl in the sand” e “Down by the river” (do primeiro disco de Neil, de 68) e “Ohio”, hino anti-guerra que virou uma das músicas mais importantes da década de 60. Neil lançou esta música quando fazia parte do grupo Crosby, Stills, Nash and Young, que havia acabado no ano anterior ao show. A canção que abre o espetáculo, a delicada “On the way home”, foi composta quando Neil ainda estava tocando com sua primeira banda, o Buffalo Springfield, em 1968.

Entre as músicas inéditas, estão “Harvest”, Heart of Gold”, “Old man”, “The needle and the damage done” – alguns dos maiores sucessos da carreira do músico. Era a primeira vez que aquelas canções seriam apresentadas em público, e algumas delas entraram no disco seguinte de Neil, “Harvest”, lançado em 1972 e até hoje considerado o maior sucesso comercial do artista.

No show, se vê um Neil jovem (21 anos!), descontraído, que conversa muito com a platéia e conta histórias sobre as músicas e sobre sua vida. Suas letras, sempre destacadas pelos críticos, falam em simplicidade, esperança, beleza. Amor. Velhos amigos, velhos cachorros. Emoção e o lirismo. Gaitas e steel guitars. Está tudo nesse disco. Versos simples, lindos arranjos de violão, piano, banjo. Neil é um sonhador, sensível e rebelde. E sublime, acima de qualquer coisa.

Veja mais: Site Oficial de Neil YoungObituário de Douglas Corrigan, publicado em 1995