Vendas de elétricos ainda são prejudicadas por preços altos

AutoPapo

 

O site Green Car Reports fez uma enquete no Twitter para descobrir o que falta para os veículos elétricos conquistarem o consumidor. A publicação é especializada neste tipo de automóvel e obteve 414 respostas à enquete. Os resultados apontam que o preço desse tipo de carro ainda é o maior empecilho para as vendas de elétricos.

 

A enquete foi feita no último dia 5, no perfil do site no Twitter, com a pergunta “O que faria mais pessoas considerarem carros elétricos”? Haviam quatro opções de resposta, entre as quais a que recebeu mais votos, 53%, foi “Preços mais baixos”.

 

Ao considerar os resultados, o site afirma que, no ano passado, 200 mil elétricos do tipo plug-in foram vendidos nos Estados Unidos, o número mais alto até então, mas que representa apenas 1% do mercado.

 

A resposta dos seguidores do Green Car Reports encontra fundamentos em uma comparação entre as ofertas de veículos totalmente elétricos e com motores a combustão nos Estados Unidos. Como exemplo, o modelo elétrico com menor preço no mercado da região é o Smart ForTwo Electric Drive, da divisão de ultracompactos da Mercedes-Benz, que, no ano/modelo 2018, está saindo por US$ 24.550 (R$ 79,8 mil em conversão direta).

 

Como comparação, o Ford Fiesta Sedã 2018, modelo de entrada nos EUA, sai por US$ 14.115 (R$ 45,9 mil), uma diferença de US$ 10.435 (R$ 33,9 mil). O valor pedido pelo Smart elétrico, que comporta apenas duas pessoas, é quase o suficiente para comprar um Ford Mustang 2018, que está saindo por US$ 25.585 (R$ 83,2 mil).

 

No Brasil, a diferença é ainda maior. O BMW i3 é a única opção de veículo elétrico no país e, no último preço praticado, estava saindo por R$ 179.950. Atualmente, não há estoque do modelo por aqui, e a montadora informa que a próxima geração chegará em breve. Embora o valor seja comedido se comparado a outras opções da alemã no país – é o veículo mais barato da gama – o preço se torna proibitivo para consumidores que apenas estão em busca de um hatch.

 

Como considera o Green Car Reports, a forma mais comum pela qual consumidores escolhem automóveis é através de um espectro de preços. Como elétricos têm valor superior à média da categoria, a opção é desclassificada por não cumprir aos requisitos da busca.

 

As opções de hatch no Brasil passam por diversas categorias, considerando marcas e equipamentos, começando pelos populares com preços na média de R$ 30 mil. O país deve receber, em 2019, o Nissan Leaf, elétrico mais vendido do mundo. O modelo se aproxima mais de uma opção popular, com menos equipamentos que o recheado i3, mas, ainda assim, deve chegar por aqui com preço em torno de R$ 120 mil. Nos EUA, o hatch sai por US$ 29.990 (R$ 97,5 mil).

 

Falta de pontos de recarga também comprometeria vendas de elétricos

 

A enquete proposta pelo Green Car Reports também apontou outro fator que poderia desencorajar motoristas na hora de escolher um elétrico. A segunda opção mais votada foi “Mais pontos de carregamento públicos”, com 31% das escolhas. Quanto a isso, o site defende que muitos condutores desconhecem o verdadeiro número de pontos de recarga, que são, muitas vezes, mal sinalizados ou escondidos dentro de estabelecimentos.

 

O site também argumenta que a rede de carregamento não é unificada, sendo administrada por empresas diferentes, com métodos de pagamento incompatíveis.

 

Por fim, as duas opções menos votadas na enquete foram “marketing das montadoras”, com 14% dos votos, e “benefícios para o meio-ambiente”, sendo apontado por apenas 2% dos participantes como o que falta para aumentar as vendas de elétricos. (AutoPapo)